29 novembro 2012

A EUROPA


A Europa é actualmente um dos grandes temas da política internacional, e tenho cá uma fezada, e nisto não sou certamente o único, que nos encontramos num momento decisivo do nosso futuro (europeu). Por isso, como tema, nada de melhor para começar um blogue.

Uma velha anedota que não perdeu actualidade sobre a forma como os diferentes países europeus encaram as suas diferenças culturais, reza assim:

NO CÉU os mecânicos são alemães, os franceses cozinheiros, os amantes italianos, os políticos são suíços e os polícias britânicos (os famosos bobbies).

NO INFERNO, são os franceses que nos reparam os carros, a polícia é alemã, os ingleses ocupam-se da restauração, a política foi usurpada pelos italianos e para fazer amor temos que nos socorrer dos suíços.


Uns defendem a União Europeia, mas já sem o entusiasmo inicial, mas outros há que exigem uma federação. E ainda temos os que comparam a União Europeia à ex-União Soviética – não são forçosamente militantes de partidos comunistas…

Exemplos:

O ex-comissário europeu Frits Bolkestein (1999-2004), responsável pelo Mercado Interno, Fiscalidade e União Aduaneira, dizia há pouco num longo artigo do Volkskrant que:

“Se a Europa continuar pelo mesmo caminho temo que não tenha futuro. A causa profunda é Europa a mais. Como se sabe, tudo o que é demais é erro. O Parlamento Europeu vive numa fantasia federal. Quer meter ‘mais Europa’ em tudo. Por vezes é necessário, mas na maior dos casos não é. Ainda por cima a população europeia é cada vez mais céptica em relação à União Europeia. O Parlamento Europeu tem legitimidade, porque foi escolhido por via legal. Mas não é representativo, porque há muito que não exprime a opinião da população. Esta é que é a falha democrática: burocratas não-eleitos com muito poder, mas não podem ser controlados pelos cidadãos europeus, além disso o Parlamento Europeu não reflecte as suas aspirações. A meia-dúzia de parlamentários euro-críticos – eles acham que são euro-realistas – são vistos como os maluquinhos da aldeia.”

O especialista em coisas europeias do jornal holandês NRC, Derk-Jan Epping, escreve a 20 de Novembro: “Em 2008 era a favor de Barack Obama, mas agora acho a sua política económica medíocre. Quer fazer dos EUA um Estado Providência do tipo europeu, no momento em que os nossos Estados Providência se afundam em crise permanente. A Europa não ganha nada com uma América que repete os erros europeus.”

Jacques Delors, presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, afirma na mesma data e no mesmo jornal: “Eu sei como as pessoas sofrem nos países do sul, mas têm que ter a consciência que a culpa é dos erros dos seus líderes políticos e não do Euro. (…) Talvez eu seja demasiado pessimista, mas creio que eles não vão superar a crise. (…) As diferenças entre os países são muito grandes.”

4 comentários:

  1. Carmo, só agora cheguei a casa, nada li, se esta mensagem lês! é porque funciona. Amanhã falaremos.

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  2. Leio perfeitamente. A coisa funciona.

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  3. Olha Zé mesmo aqui no Chorózinho (Uma das cidade do Ceará, Brasil), consegui ver e ler perfeitamente o teu novo blog... sinal de que funciona na perfeição! Abraço. Carlos

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  4. Onde tu andas! Outra vez a dar milhinhos no Brasil, é? O que vale é que ninguém percebe. Vou já ver no Google maps onde é que isso fica.

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