17 dezembro 2013

O fundamentalismo islâmico não é marginal




Finalmente, nunca mais passarei por o maluquinho da aldeia junto de amigos e conhecidos em conversa sobre este tema. O jornal de qualidade da Holanda, NRC, publicou há dias um artigo com o mesmo título que eu utilizei para este artigo.




Segundo um estudo de 2008 feito em seis países europeus (Holanda, Alemanha, França, Bélgica, Áustria, Suécia) pelo centro de investigação alemão WZB, dois terços dos muçulmanos acham as suas leis religiosas mais importantes do que as dos países onde vivem. Três quartos acham que o Alcorão só pode ser interpretado de uma maneira. E os muçulmanos holandeses são mais rígidos na doutrina do que os muçulmanos que vivem na Alemanha.

O sociólogo Ruud Koopmans, director da secção Migração do Centro de investigação de Berlim, acha esta diferença surpreendente! Porque desmente a ideia vigente (e politicamente correcta) de que o fundamentalismo seria uma reacção à exclusão institucionalizada. “Pelos vistos não é, porque na Alemanha os muçulmanos têm consideravelmente menos direitos do que na Holanda. Na realidade, em nenhum país europeu os muçulmanos têm tantos direitos como na Holanda.”

Segundo Koopmans os resultados, cinco anos depois do inquérito, ainda são válidos. Mas só agora revelados porque, como confessa o sociólogo, “na altura não dei prioridade a esta temática com medo do aproveitamento que a direita política poderia fazer, exigindo medidas mais restritivas. Mas acho que deve ser revelado. Se o problema não é reconhecido, também não pode ser resolvido.”

Eu, sem ter feito um inquérito, apenas de ouvir o que muçulmanos me diziam e pensavam, sempre afirmei que em certos bairros das grandes cidades holandesas (isto é ainda mais válido para Inglaterra e França) o Bin Laden poderia ter vivido na clandestinidade sem grandes riscos de ser apanhado. Tal como no Paquistão. Mas ao mandar destas bocas passava por maluquinho, islamófobo e mais coisas muito más. Finalmente, um sociólogo politicamente correcto e de esquerda, vem agora dar-me razão, cinco anos mais tarde! Cabrão...

Quando vou comprar carne de borrego à do marroquino ou legumes à do turco, reparo que todos eles têm umas latinhas com uma fenda colocadas em cima do balcão. As latinhas têm um texto colado na língua do lojista e não é muito difícil de perceber que se trata de  peditório para a construção de mais uma mesquita, ou para apoiar organizações islamitas com intenções duvidosas.

Ora, outra boca que eu costumo mandar a este respeito entre amigos, é que acho que os muçulmanos deveriam fazer este tipo de peditórios em primeiro lugar para ajudar nos custos de segurança dos aeroportos do país onde vivem, colocando ao mesmo tempo nos balcões do check-in cartazes em várias línguas dizendo aos passageiros: O ISLÃO PEDE IMENSA DESCULPA PELO INCÓMODO CAUSADO. Mas também participar nos custos de vigilância de políticos, desenhadores e escritores que, por causa do Islão, têm de ser protegidos à custa do contribuinte não-muçulmano. 

Será que também neste caso vou ter que esperar cinco anos para ter razão?   

19 comentários:

  1. Exclusão? São estes tipos que se auto-excluem e depois queixam-se (apesar de nos anos 60 e até 70, terem sido recebidos de braços abertos nesta Europa que abominam). Sejam homenzinhos e calem-se. Se somos assim tão maus e decadentes, para que querem meter a pata no pote de mel do Grande Satã?

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  2. Ainda não acertei no botão. raios partam.

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  3. Alfacinha,

    na minha terra é costume dizer-se, quem não sabe ........ 'carregar no botão' até os tomates incomodam. :-)

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    1. ah, ah, ah. E por falar em tomates: é óbvio que a um sociólogo que não divulga o resultado de uma pesquisa durante 5 anos só porque os factos repelem a sua teoria, não os tem. Mas enfim, não é o único.

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    2. Este não é dos piores, vá lá, não distorceu os resultados para baterem certo com a sua teoria. A maioria faz isso… e, como também se costuma dizer na minha terra, 'mais vale tarde do que nunca'.

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  4. Bloguisses17/12/13, 19:15

    E se, de repente, um sociólogo nos oferecesse um estudo onde perguntava a católicos se achavam a lei divina mais importante que a nacional? Isso era o quê? Incómodo?

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  5. Não, bloguisses, a lei "divina" não existe como lei...é um mero repositório de conselhos e injunções morais. Quem não as segue, vai para o inferno. No caso da lei islâmica, outro galo canta....quem não a segue ou fica sem cabeça ou com ela feita em pedaços por pedradas, por exemplo. Capisce?

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  6. A indecência desastrada das boas intenções.
    O camarada cientista, não deu prioridade à temática com medo do aproveitamento que a direita política poderia fazer, exigindo medidas mais restritivas…

    Por este andar a ruína parece inevitável. Sem liberdade na media nem na academia, quem é que nos informa do que está realmente a acontecer?

    Chamar-lhe cabrão é uma amabilidade.

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  7. Bloguisses,

    No seguimento do comentário de José Carmo vou apenas citar um famoso ex-terrorista palestino, Walid Shubat, que virou cristão e vive agora sob protecção nos EUA:

    Os cristãos fundamentalistas causam-nos dores de cabeça, é verdade, mas os fundamentalistas islâmicos cortam-nos a cabeça.

    Creio que a escolha não causa assim muitos incómodos!

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  8. @ Go_dot: "Sem liberdade na media nem na academia, quem é que nos informa do que está realmente a acontecer?

    A Internet.

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  9. Quem me dera o seu optimismo. A internet não substitui uma imprensa livre. Investigar, publicar e exprimir em liberdade, é a base da nossa civilização.
    A internet é a manifestação dessa liberdade. Aproveite enquanto dura.

    Concordo que a capacidade para refilar com aqueles carolas habituados à informação dos livros certos em sentido único, é inestimável. Quanto mais não seja pelo aspecto terapêutico.

    Por outro lado, a liberdade de expressão da internet está a ser posta em causa.
    Não só sacrificada no altar da religião e do despotismo. Também os eurocratas andam preocupadíssimos com a internet. Os Pat Condell’s deste mundo “are a pain in the ass”. “Não usam a liberdade de expressão de forma correcta” e " abusam da verdadeira natureza deste direito" Para já estamos numa fase de indecisão. Veremos se optam pela prisão ou pelo hospital psiquiátrico.



    A EUROPEAN FRAMEWORK NATIONAL STATUTE FOR THE PROMOTION OF TOLERANCE

    [… …] Section 9. Mass Media
    (a) The Government shall ensure that public broadcasting (television and radio) stations will devote a prescribed percentage of their programmes to promoting a climate of tolerance, as per Section 8(f).
    (b) (b) The Government shall encourage all privately owned mass media (including the printed press) to promotea climate of tolerance, as per Section 8(f).
    (c) The Government shall encourage all the mass media (public as well as private) to adopt an ethical code of conduct, which will prevent the spreading of intolerance and will be supervised by a mass media complaints commission.

    Explanatory Notes:
    (i) This is a delicate matter, inasmuch as there is no intention to censor the media. The media complaints commission is supposed to consist of independent persons, but it has to be set up by – and report to - the media themselves, rather than the Government.
    (ii) There is a related issue of Internet abuse through the spreading if intolerance. However, initiatives to bring about a legal regulation of cyberspace are currently debated in a wider context. It is too early to speculate how the matter will be resolved.

    This text was prepared under the aegis of the European Council on Tolerance and Reconciliation by a Group of Experts composed of Yoram Dinstein (Chair), Ugo Genesio, Rein Mȕllerson, Daniel Thȕrer and Rȕdiger Wolfrum

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  10. Moral da história: não há carne como a do "marroquino". Bem me queria parecer...

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  11. @ Go_dot: "….a liberdade de expressão da internet está a ser posta em causa.

    Trata-se de uma luta diária, constante e a todos os níveis. Mas tenho esperança (que mais posso ter!) que a liberdade acabará por vencer a reacção… Um factor muito importante, temos o povo do nosso lado, pelo menos na Holanda.

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  12. Uma maneira inteligente de roubar à vista de todos.... "Pobre Ronaldinho, ter ficado com as cuecas foi uma sorte"....

    http://www.miragens.abola.pt/videosdetalhe.aspx?id=19524

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  13. Rui, há outra carne, sem ser a do marroquino, mas é bastante mais cara…

    Porque a qualidade é sensivelmente melhor, porque o empregado é bem pago (não é a desgraçada da mulher, a escrava para todo o serviço) e porque a clientela é mais exigente.

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  14. Claro, a qualidade da carne "branca" é sempre melhor. Por isso, há dinheiro para pagar a empregados e não é necessário bater nas mulheres. Essas coisas más, só acontecem entre os marroquinos...

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  15. Rui,

    Estamos completamente fora do contexto. Isso a mim não me chateia nada, mas digo isto por ti, que adoras contextualizar...

    O contexto, para a gente não esquecer, é o facto de um sociólogo de esquerda precisar de cinco anos para admitir que os resultados da sua pesquisa devem ser revelados.

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  16. Makunbeiro,

    Ao ver o filme dá-me mais a impressão que querem VIOLAR o Ronaldinho, e não roubá-lo!!!

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