19 junho 2014

Alemanha 4 – Portugal 0



Ronaldo, heute haben wir die Sieger-Muckis (Ronaldo, hoje somos nós que temos os músculos ganhadores). Depois ainda dizem que os alemães não têm humor!


Foi culpa do árbitro, do Muller ou do Pepe?

O árbitro não me parece. Os árbitros não podem constantemente tolerar atitudes de insurrectos, sendo obrigados a utilizar de vez em quando o cartão vermelho para evitar, por vezes debalde, autênticas batalhas campais que dão uma imagem completamente diferente daquela que a FIFA nos quer impingir à força: de adultos galantes e amáveis de mão dada com criancinhas…



O Pepe poderia ter dito tudo o que pensava do Muller - por mim, tendo em conta o facto de este jogador ser um famigerado farsante - até mesmo ampliar a coisa com alusões a uma inventada situação matrimonial complicada do jogador alemão, ou referências à Segunda Grande Guerra. Tudo bem. Mas nunca encostar a cabeça, que além de primitiva e bestial, é uma atitude intimidatória à integridade física de um colega de trabalho.

Eu sei muito bem que os jogadores de futebol, apesar das trocas de galhardetes e cumprimentos rotineiros antes e depois do jogo, e sobretudo das constantes demonstrações de fé no Altíssimo, não vêem os outros como colegas, como seres iguais, criados à imagem de Deus. Não senhora! Veja-se por exemplo os jogadores brasileiros: antes de cada jogo a selecção é submetida, no balneário, a uma intensa sessão de reza à Nossa Senhora de Fátima ministrada pelo piedoso Filipão, mas mal o árbitro dá o apito inicial eles esquecem imediatamente a Nossa Senhora, as rezas e os Dez Mandamentos…

Durante o jogo, os colegas de profissão da outra equipa, passaram a ser o inimigo, que deve ser anulado seja como for: simular uma agressão, fingir uma queda para conseguir um penálti ou até maltratar fisicamente. (Isto é obviamente válido para todas as selecções e não somente a brasileira).

As pernas de um futebolista correspondem ao automóvel do taxista, que acharia muito estranho que um colega lhe furasse os pneus do carro para desta forma obter mais clientes e assim ganhar mais uns patacos...

De tanta cabeçada que dão na bola, aquelas cabecinhas não percebem que os colegas, tais como eles, precisam do físico o mais intacto possível para poder ganhar o pão nosso de cada dia, e a carreira de um jogador de futebol dura em média apenas dez anos. Além disso, o público paga (e não é pouco!) para ver os seus jogadores preferidos jogar, não para serem levados de maca para a infirmaria.

6 comentários:

  1. A "culpa" foi da selecção alemã, que é bem melhor do que a de Portugal. Acresce, que tudo o que tinha de correr mal, correu pior (Lei de Murphy): os golos, demasiado cedo, a lesão de Hugo Almeida, a expulsão de Pepe, a lesão do Fábio Coentrão, o frango do Rui Patrício, a má forma física, etc...como sintetizava o "El País", "Portugal colocou-se na situação que mais gosta: culpar o árbitro e usar a calculadora para ver quantos pontos necessita". É mais ou menos isto. O Pepe, até porque já tinha um histórico (6 cartões vermelhos em competições) devia ter sido recambiado para casa e nunca mais jogava neste campeonato. O resto é conhecido: a selecção continua a ter um jogador excepcional e três ou qatro acima da média. O resto, são jogadores banais que têm a confiança do treinador (o núcleo duro da selecção) que jogam sempre, independentemente da sua forma no momento. Assim, não vamos lá e, depois da Espanha e da Inglaterra, Portugal arrisca-se a ser a terceira equipa de nomeada que volta mais cedo para casa. Não vem daí mal ao Mundo e talvez as pessoas comecem a interessar-se pelas coisas verdadeiramente importantes. A alternativa, é a praia...

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    1. Rui,

      nunca estive tanto de acordo contigo. Somente, como alternativa importante, em vez da praia, sugeria o Wimbledon e torcer pelo João Sousa.

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  2. E não é que desta vez estou de acordo com o Rui Mota? Só uma coisinha: não foi um frango, foram frangos. exactamente no plural.

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    1. Alfacinha, o Rui Mota de vez em quando esmera-se e até consegue ser da corda… Por falar em frangos, eu, como estou neste momento nos Açores, vou agora ver se consigo arranjar um cozido das Furnas (a panela fica 7 horas debaixo de terra vulcânica a coser). Isto é que é super-slow-food avant la lettre.

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  3. Excelente artigo do Carmo da Rosa entremeado com momentos de fino humor. Muito verdadeiro o comentário do Rui Mota.

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  4. Ò José Rufino,

    estes elogios vêm de ti e assim fico todo babado e também mais descansado, porque se viessem do nosso amigo Bicudo, sabes muito bem que ponderaria a possibilidade de dormir de calças e….. de cinto apertado.

    Um grande abraço dos Açores...

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