21 julho 2014

Passageiros do voo MH17 já estavam mortos!





Sobre a tragédia do avião da Malásia abatido na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, acreditei a certa altura que já tudo tinha sido dito, mas não!!!




No início houve muita especulação, o que é normal, mas a pouco e pouco, e mesmo sem os dados da ‘black box’, já toda a gente tem uma ideia do que aconteceu. Os separatistas ucranianos apoiados por Moscovo, conseguiram arranjar uma bateria anti-aérea que abate aviões a grande altitude. Já tinham abatido um avião de carga ucraniano e agora apenas se enganaram no alvo – era um avião de passageiros sem qualquer relação com esta guerra entre hutus e tutsis ortodoxos.

É escusado dizer que esta tragédia vem complicar enormemente a estratégia de Vladimir Putin que, à pala dos separatistas, gostaria de arrebanhar mais uns quilómetros quadrados de território ucraniano – como se o país dele não fosse suficiente grande e estivesse com urgente falta de espaço vital.

Este drama vai obrigar Moscovo a desligar-se temporariamente dos separatistas – pelo menos verbalmente. A prova: quando os separatistas quiseram enviar a black box para os seus patrões em Moscovo, Putin recusou-a imediatamente como se de cuecas sujas se tratasse: ‘não queremos cá isso, não temos nada a ver com o assunto’. Têm, mas agora não convém…

Igor Strelkov, um historiador de Moscovo e o líder militar dos separatistas, e provavelmente o responsável directo por este drama, tinha colocado uma mensagem Twitter a gabar-se que abateu mais um avião de carga! Mas quando se deu de conta que se tratava de um avião de passageiros e que o caldo estava bastante entornado, retirou-a e teve esta saída brilhante e sintomática de quem viveu demasiado tempo em ditaduras, onde a lógica e o bom senso são constantemente substituídos por teorias conspiratórias completamente descabeladas:

“As vítimas do voo MH17 já estavam mortas e os corpos foram metidos no avião em Amesterdão…” Entre os seus capangas Strelkov deve ter acrescentado: ‘eh pá, fizeram isto só para nos chatearem’. 

22 comentários:

  1. Bloguisses21/07/14, 15:42

    É pá...! A citar o Daily Mail?!

    Não sei o que me parece mais verosímil: se o senhor separatista ou o que vai escrito nesse... Nesse... Sei lá o quê.

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    1. Bloguisses, obrigado por confirmar aquilo que acabei de dizer. Quando, por razões várias, a falta de lógica se apodera da caixa dos pirolitos, as pessoas, tal como o Igor, ficam sem saber o que é mais verosímil... e, isto já é azar, optam normalmente pelo mais estrambólico.

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  2. Pois concordo absolutamente contigo Carmo da Rosa, isto é uma chatice e a culpa é dos passageiros que nunca deviam ter comprado um bilhete para esse voo (espera lá, compraram-no em vida ou depois de mortos? E os pilotos, iam aos comandos já mortos, meio-mortos ou o avião já ia o tempo todo em piloto automático?)
    A demagogia presente na média e afins é tão idiota, perturbadora, mostra a maior falta de sentido ético (sim, as vítimas são um incómodo que preferem esquecer) e de senso( bolas, são burros ou se não são burros são ceguinhos e, pior ainda, infames). Nas parvoíces de quererem sacudir a água do capote, lá vêm os bons métodos e mentiras do tio Joseph ao de cima. A besta estalinista ainda rabia. O Putin tem razão numa coisa: se houvesse paz na Ucrânia isto não tinha acontecido, e eu acrescento, se o czarzinho Putin não tivesse metido o bedelho onde não era chamado, menos ainda.

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  3. Alfacinha,

    os pilotos combinaram com os separatistas saltar de paraquedas antes do avião levar com o míssil nos cornos. Mas por enquanto ninguém sabe se os russos cumpriram o que combinaram, ou acharam que o melhor seria mandar o 'pássaro' (terminologia utilizada pelo Igor no fatal Twitter - o que, diga-se de passagem, é bastante 'toepasselijk') abaixo com pilotos e hospedeiras para não levantar suspeitas…

    Esta lógica tem a vantagem de nos transportar imediatamente para o dia 11 de Setembro de 2001, quando os judeus se baldaram ao trabalho porque sabiam – estava tudo combinado – que a CIA (ou seria a Mossad?) iria fazer explodir as Torres Gémeas.

    Moral da história, não sei porquê mas tenho cá uma fezada que os burocratas judeus tiveram mais sorte que os pilotos malaios....

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  4. O facto da BBC e a CNN tirarem conclusões idênticas às minhas pode ser interpretado de duas maneiras: estou em boa companhia ou trata-se de pura coincidência. A mim tanto se me dá como se me deu.

    O Obama, como é uma pessoa decente, ainda perde tempo a tentar provar que o Putin é o mau da fita. A mim basta-me olhar para a tromba do bicho – tem cara de ratazana, comporta-se como uma ratazana, é uma ratazana...

    Aliás, o Putin não se prepara para recolonizar o leste europeu!

    A fase dos preparativos já foi ultrapassada em paísecos como a Geórgia, Transnístria, ultimamente a Crimeia e actualmente a Ucrânia. E os vizinhos, como por exemplo os países bálticos, continuam a viver sob a constante ameaça do urso russo acordar maldisposto e c’os copos e lhes colocar a pata em cima, apoiando-se, como de costume, em álibis cínicos sobre minorias russas que têm que ser salvas! Como se alguma vez na história da Rússia tivesse havido um, um único dirigente sinceramente preocupado com minorias – a não ser quando são transportados para a Sibéria.

    Isto lembra-me a desculpa do Hitler, que para invadir a Checoslováquia (e logo a seguir o resto da Europa) precisava da desculpa dos alemães sudetos. Se o tio Adolfo fosse sincero, tinha-se ficado pelos sudetos, que eram apenas 3 milhões de almas, e conseguia um acordo com os checos. Mas a intenção do tio Adolfo, tal como Putin agora, não é pessoal, é IMPERIAL.

    Mas se ao menos os russos ocupassem países e deixassem obra que se visse – como foi o caso dos romanos ou dos ingleses – a gente, para não se chatear, fechava os olhos... Mas onde os russos põem as patas, a erva, tal e qual como no país deles, nunca mais volta a crescer.

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  5. 
Ok, estamos de acordo sobre a fisionomia do Putin.

    Por enquanto a imagem mais coerente que tenho sobre a tragédia é que os separatistas se enganaram no avião. Julgavam que era mais um avião de transporte de tropas ucranianas e pumba, aliás como já tinham feito anteriormente e com sucesso.

    O regime em Kiev pode ser fantoche, mas não foi imposto nem pela UE nem pelos EUA. Foi escolhido pelos próprios que já são maiores e vacinados. Assim como a máfia russa instalada no Kremlin, não foi lá colocada pela Opus Dei nem pela maçonaria, é obra genuinamente russa. É lógico e bastante compreensível que o regime de Kiev se queira ligar à UE, porque tudo é melhor que ficar sob a pata dos russos.

    Não leio links, é verdade, mas porquê?

    Os meus artigos são construídos a partir de memória, leitura de jornais, ver televisão e espionar a net com a inevitável leitura de links. Tudo isto é previamente misturado, amassado, vai ao forno e o resumo é apresentado na mesa em forma de post – é só comer. Ora, eu espero dos comentários a mesma coisa, ou seja, que sejam um prato pronto a ser ingerido, e não os ingredientes soltos: duas batatas aqui, uma cebola ali, duas colheres de azeite, toucinho, e se eu quiser perceber alguma coisa, vou ter que cozinhar outra vez!!!

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  6. Excelente metáfora.
    Os meus dotes de culinária limitam-se à couvert, e não vão muito para alem do cestinho de pão com manteiga. Essa é a razão que sou um visitante assíduo do seu estamine, onde geralmente é servida uma comida caseira, bem confeccionada e sem pretensões.

    Contudo, timing é essencial na cozinha. Apesar de ser um apreciador dos seus cozinhados, e sem duvidar do seu esmero culinário, este prato sobre a Ucrânia, deixou-me um sabor esquisito. Será do condimento, será do refogado?

    É verdade que tomei uns aperitivos antes de por aqui passar, o que influenciou
    decerto a digestão do seu cozinhado.

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  7. Eu não falei em dotes de culinária, nem disse que os seus se limitam a isto ou aquilo, muito menos ao 'couvert'. O que eu disse, é os ingredientes (outra coisa que couvert) de uma hipotética receita, têm que ser cozinhados antes de serem apresentados para serem comidos.

    "Também a mim isto me faz lembrar o Adolfo de má memoria"

    O que lhe faz lembrar o Adolfo afinal?

    "O ultimo paragrafo palpita-me que é outra vez a sua veia artística"

    Não vejo nada de artístico no dito cujo parágrafo! A coisa deve ser lida simplesmente e literalmente. Só poderia haver algo de artístico - mas para isso teria que escrever a coisa de outra forma - se estivesse completamente a lesta da realidade, da verdade. Mas não me parece...



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  8. Assim como a fotografia que ilustra este poste e deu origem ao meu comentário, foi usada na media main stream, durante duas semanas para sugerir uma aldrabice. Nomeadamente, que os separatistas russos estavam a saquear corpos e destroços do Avião, sem respeito pelas vitimas.

    Os factos são: Em 17 de Julho, um avião carregado de holandeses foi deitado abaixo quando sobrevoava um campo de batalha na Ucrânia.
    As incógnitas são passado mais de 3 semanas as mesmas:
    Quem? Como e porquê?
    Por inacreditável que pareça a tecnologia mais avançada da historia da humanidade, não apresentou ainda uma única prova contundente contra os russos ou contra os separatistas.

    Para os telejornais do ocidente, USA e UE, foram os separatistas e está o assunto arrumado.

    Na Net desdobra-se um leque de informação muito diferente. Uns sustentam a mesma teoria, outras apontam para factos contraditórios e uma enormidade de multi-bullshits e complots.

    Os links que aqui apresentei não pretendem mais que ser pedaços do puzzle informativo, que contradizem a credibilidade da narrativa oficial.
    E que me pareceram interessantes para partilhar, consigo e com os demais interessados que por aqui lêem. Só isso!
    No que me diz respeito, não há nada para cozinhar. Há que estar atento e aguardar.

    Foi você que introduziu a imagem da culinária, pareceu-me aceitável. Percebi perfeitamente o que queria dizer.

    "O que lhe faz lembrar o Adolfo afinal?”
    Leia a transcrição ou veja o filme do jornalista ucraniano!...

    ... Mas onde os russos põem as patas, a erva, tal e qual como no país deles, nunca mais volta a crescer.

    Quando li isto, pensei francamente num exercício de estilo.
    Quando penso nos russos, não vejo patas nem ursos, mas um povo desgraçado, que passou do feudalismo para o jugo dos gulags socialistas, e daí para a barafunda corrupta do capitalismo selvagem dos oligarcas. Todavia têm dado brilhantes contribuições civilizacionais à humanidade, da literatura à musica das artes plásticas às ciências exactas. Sem esquecer o Vodka.

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  9. “a fotografia que ilustra este poste e deu origem ao meu comentário, foi usada na media main stream”

    Se considera o NRC média main stream, então o NRC é main stream. E depois? Não é este palavrão que vai fazer com que eu mude de assinatura, e passe a ler a Pravda, que na minha opinião é pior do que cuspir na sopa. Sem querer voltamos à culinária...

    “…..os separatistas russos estavam a saquear corpos e destroços do Avião, sem respeito pelas vitimas.”

    E estavam. Não a saquear corpos mas objectos com valor que pertenciam aos corpos. Eles nem respeito têm pelas suas próprias vítimas, que fará outras. Isto faz parte do folclore local.

    “Quem? Como e porquê?”

    As dúvidas continuam de pé. No jornal que eu leio diariamente, ainda não li nada que culpabilize categoricamente este ou aquele – apenas as especulações mais prováveis. Mas ninguém, pelo menos não no meu jornal - e muito ao contrário da media não muito stream russa – diz que foi a CIA, ou Bruxelas, talvez a Al Qaeda ou os inevitáveis israelitas.

    “Os links que aqui apresentei não pretendem mais que ser pedaços do puzzle informativo, que contradizem a credibilidade da narrativa oficial.”

    Compreendo, mas eu – os outros fazem o que quiserem, não penso retirar os links - não quero passar o meu rico tempo a ler links, porque, como já disse anteriormente, eu já vi (outros) links para formar a minha opinião e publicar o post, além disso preciso do resto do tempo para jogar squash, beber uns canecos e ver a bola que o campeonato já começou.

    Sobre as narrativas oficiais, o problema é que há pelo menos três: a russa, a europeia e a americana. E cada um escolhe a ‘narrativa oficial’ que julga mais fiável.

    “Quando penso nos russos….”

    A mim também me dá para pensar nos russos e ter muita pena deles (por vezes, nos intervalos dos jogos), mas o estado em que se encontra o país e a sua população é apenas e unicamente culpa dos seus habitantes. Com o gás e o petróleo que têm debaixo do cu poderiam ser uma Noruega, mas preferem ser uma Nigéria. Por causa da Vodka? Mas os noruegueses também bebem, e não é pouco.

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  10. Inteiramente de acordo. OK quase.

    Não leio O NRC. Já foi o meu diário, até despedirem um dos meus favoritos colunistas, prof. Afshin Ellian. Já andava de pé traz com eles desde a sinistra campanha contra o Pim Fortuyn.

    A minha referencia à media main stream não se referia ao NRC, mas às cadeias de televisão internacionais que durante os primeiros 15 dias manipularam os ânimos contra os separatistas e os russos, fazendo largo uso da mesma fotografia.

    Quanto aos russos, subscrevo a sua introspecção nos intervalos do campeonato.
    Assim de caras, também eu acho que cada povo tem o governo que merece.
    Mas depois, nos intervalos, penso que o caminho para a prosperidade tem muitas pedras e buracos e não há combustíveis que aplanem a viagem.

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  11. Eu também estou inteiramente de acordo que despedir o Ellian assim como o Max Pam - ainda por cima para os substituírem por uma bichona maluca e idiota, mas que também já foi à vida -, foi um erro grave, e a campanha do anterior chefe da redacção contra o Pim também não merece um louvor.

    Mas que havemos de fazer, o NRC continua por enquanto a ser o melhorzinho em jornais diários cá da praça. Mesmo, segundo a minha opinião claro, dando uma no cravo e duas na ferradura sobre os temas que nos são tão queridos.

    As cadeias de televisão ocidentais manipulam os ânimos contra os separatistas e os russos, é verdade. Mas também é verdade que já algumas vezes vi a versão russa dos acontecimentos expressa sem censura nestas cadeias.

    Ao contrário da TV russa que desconhece a palavra manipular. Porque só tem UMA opinião: diz muito simplesmente que se trata de uma luta contra os 'fascistas' em Kiev apoiados pelo mundo Ocidental que é muito mau! Apresentar ao seu público uma versão diferente dos acontecimentos, nem que seja UMA vez na vida, nem sequer lhes passa pela cabeça...

    O redactor russo que se lembrasse de tal (provavelmente c'os copos), levava uma injecção para se acalmar, era seguidamente enfiado numa camisa de forças e ia parar a uma psykucha... Ou então teria a sorte da Anna Politkovskaya: assassinada, quando nem sequer representava um perigo para o Kremlin tendo em conta a pequena audiência do seu jornal.

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  12. Por muito corajoso e independente que o NRC possa (ou não) ser, é-me impossível estar diariamente de acordo com um jornal que exprime opiniões tão diferentes, ver mesmo contraditórias. Mas no meu caso, se o desacordo estiver bem escrito e apoiado em argumentos, mais facilmente o tolero, na esperança que na próxima semana lá apareça um artigo mais corajoso e independente, ou seja, da corda - da minha, claro!

    É preciso compreender que é muito difícil um jornal conseguir diariamente uma perfeita sintonia ideológica com os seus assinantes. A perfeição só é possível em ditaduras, onde os jornais não estão dependentes de suspeitas ou da opinião dos seus assinantes, só do Ministério da Propaganda Estatal que subvenciona o papel, a impressão e o conteúdo.

    “A cobertura noticiosa de tudo que se está a passar na Ucrânia, da televisão aos ditos jornais de qualidade, é tão nitidamente tendenciosa que me levanta suspeitas.”

    Já respondi a isto! É possível que os jornais ocidentais de qualidade sejam ‘tendenciosos’, mas como do outro lado nem sequer conhecem a palavra ‘tendência’, só existe uma verdade, a verdade do Estado, neste momento representado pela opinião do camarada Vladimir Vladimirovisch Putin, eu nem suspeitas tenho, como tudo e arroto estrondosamente...

    “Quando oiço bacanos como o Verhofstad, Van Baalen, ou Schultz a atacar o Putin, a desconfiança quadruplica.”

    Porque razão? Putin faz precisamente o mesmo! E nem sequer corre o risco de ser criticado no seu país, ao contrário dos três membros do parlamento europeu que foram bastante criticados – por vezes mesmo ridicularizados – na televisão e jornais de qualidade ocidentais.

    “Fiquei com a nítida impressão que o ex-camarada [Putin] não alinha em contos de fadas multiculturais.”

    Isso é verdade. Ele só reconhece UMA cultura: a russa. E, tal como os muçulmanos, só UMA religião: a ortodoxa.

    Mas felizmente, e devemos dar graças a Deus, que a Rússia é certamente um travão ao califado, assim como a China, a Coreia de Norte, ou o Brasil, com a sua Igreja Universal do Reino de Deus (mas neste caso nem sei o que será melhor?).

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  13. "Putin faz precisamente o mesmo! "
    O CdR insiste que o Putin também assim e assado. Acredito!
    Como já lhe disse também. Os meus conhecimentos na matéria são limitados. E nem o Putin é pedra de toque, nem foi para defender (ou atacar) o Putin que reagi ao seu poste.

    "...um jornal que exprime opiniões tão diferentes, ver mesmo contraditórias..."
    "...diariamente uma perfeita sintonia ideológica..."?!


    Who cares about sintonia ideológica? a que propósito vem agora a sintonia ideológica. Também eu gosto de ler no jornal, colunas de opinião bem esgalhadas, de preferência contraditórias. Mas isso não chega. Diria até, que em parte, isso contribui para aumentar a confusão dos leitores, sobre a independência dos tais jornais de qualidade. Uma no cravo, meia dúzia na ferradura.

    A falta de independência e integridade crítica dos órgãos da informação social, na avaliação e controle do governo, do parlamento e dos megalómanos eurocratas. Põe em causa a existência da própria democracia.

    De resto, penso que a auto-censura é mais corrosiva para a democracia, que o lápis azul dos oligarcas russos ou dos burocratas nos paraísos socialistas.
    Por essas bandas o pessoal interessado, sabe bem, o que a casa gasta.

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  14. Se o meu anterior argumento, “de que o Putin faz precisamente o mesmo”, não lhe agrada, eu arranjo-lhe outro partindo da sua própria lógica:

    “Quando oiço bacanos como o Putin, Lukashenko, Fidel Castro ou a Cristina Kirchner a atacar a política dos EUA, a minha desconfiança quintuplica.”

    A sintonia ideológica é você que a exige, ao mencionar em relação à imprensa, talvez sem se dar conta, termos completamente subjectivos como “coragem” e “independência”. É evidente que aquilo que o meu vizinho acha corajoso e independente, pode não ser para mim! Da mesma forma, a maioria dos russos acha a imprensa deles muito corajosa e independente. Mas eu tenho outra opinião sobre a imprensa russa e, precisamente por isso, estou bastante satisfeito com o que tenho e não quero trocar.

    ”... gosto de ler no jornal, colunas de opinião bem esgalhadas, de preferência contraditórias. Mas isso não chega.”

    Mas quando não chega, a fase seguinte é, na maior parte dos casos, a perfeita sintonia ideológica que se encontra na Pravda ou no Avante. Quando eu disse que o NRC “dava uma no cravo e duas na ferradura sobre os temas que nos são tão queridos.”, estava obviamente a ser subjectivo. Isto não é uma verdade científica, porque por exemplo a minha mulher, que lê o mesmo jornal, acha que a relação é outra, são duas no cravo e uma na ferradura, e você conhece certamente gente que acha que o NRC acerta todas no cravo...

    “A falta de independência e integridade crítica dos órgãos da informação social, na avaliação e controle do governo, do parlamento e dos megalómanos eurocratas. Põe em causa a existência da própria democracia.”

    Sim. Mas dizer que há falta de independência e integridade nos órgãos sociais não chega, é preciso provar, o que não é fácil. Além disso a prova estará forçosamente impregnada de apriorismos ideológicos, e assim voltamos ao cerne da questão: o Putin e a maioria dos russos tem uma opinião sobre este imbróglio ucraniano e eu tenho outra. Além disso estou absolutamente convencido que, salvo raras excepões, por enquanto a grande maioria dos russos não sabe do que a casa gasta. Como é que podem saber se a sintonia ideológica entre o Estado, jornais e televisão é perfeita. E todo aquele que cantar falso é intimidado ou ..... desmoralizado.

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  15. “Quando oiço bacanos como o Putin, Lukashenko, Fidel Castro ou a Cristina Kirchner a atacar a política dos EUA, a minha desconfiança quintuplica.”

    E tem toda a razão. Também eu, quando vejo e oiço em stereo e high definition o Obama a dobrar a espinha para implorar batatinhas do Medvedev, ou uma secretária de estado da mesma administração na companhia de fascistas em Kiev, soletrar sem preâmbulos Fuck de the EU... não me leve a mal, da minha confiança na administração do presidente Obama, andar pelas ruas da amargura.

    “sintonia ideológica… Talvez sem me dar conta?... .”
    Que festa é esta? Por momentos parecia a festa do avante, em que tudo é subjectivo menos a luta de classes.

    Caro CdR, eu não exijo sintonia ideológica de espécie nenhuma, bem pelo contrario. Coragem e independência dos órgãos de informação faz parte da ética profissional. Ter a coragem, de relatar a verdade dos factos, (conhecidos) e expor as incógnitas tal como elas são, fazer perguntas relevantes sem manipulações educativas e em boa fé, não tem nada de subjectivo, mas tudo, com integridade pessoal e profissional. É para isso que são pagos. Mais uma vez. Liberdade de expressão (imprensa) é o óleo da engrenagem democrática.

    “não quero trocar.
 ”
    Mas quem é que propôs a troca? A critica que estou a fazer à media holandesa, não é por comparação, e muito menos por comparação com os russos, ou com qualquer outro antigo ou actual, paraíso socialista.

    “ temas queridos”
    Não se trata de temas queridos. Trata-se de temas tabu. Uma herança das utopias socialista de engenharia social, tão caras à minha geração.
    A falta de tratamento independente dos tais temas tabu. Põe em causa a própria democracia, que para se manter saudável, necessita da tal pluralidade de informação, e visão dos assuntos, todos os assuntos. Estou até absolutamente convencido que tanto a liberdade como a democracia são alérgicas a temas queridos e sintonias ideológicas.

    Estes temas tabu, são banidos para debaixo do tapete poli-color da correcção politica, ou são relatados só de um lado e/ou só por tabela. Os tais colunistas da corda, como o CdR carinhosamente lhes chama, sem lhes desfazer na coragem e integridade pessoal, são na minha opinião uma maneira de acalmar os ânimos, e também, uma maneira de camuflar lacunas gravíssimas das redacções. Das quais as mais evidentes, como sabe são: o meio ambiente, a imigração, o multiculturalismo, o islão, a Europa, o euro, e a maldade da civilização ocidental.
    É disso que se trata.

    É verdade, que jornais e televisão, discutem a gestão económica e social do país em liberdade e tanto quanto posso observar, em relativa transparência.
    “ Algemene bestuurlijk maatregelen, Do AOW e AWBZ, ” até ao “ WWB e ZVW ” assim como todos os outros mais e menos importantes, arranjos e contratos sociais, são discutidos exaustivamente, nas média em toda a largura do espectro parlamentar, com a atenção devida, para interesses complementares e antagónicos, das miríades de NGOs. Os acordos entre os diversos sindicatos e organizações patronais são discutidas até à decima centésima.
    Apesar de complicado, os estes instrumentos estão afinados e há uma harmonia de interesses e alternância de poder. É assim que deve ser, e onde a Holanda sendo pequena , é um grande país.


    A sua caixa de cometarios nao permite publicar o post completo?
    “ De HTML-code kan niet worden geaccepteerd: Mag maximaal 4.096 tekens lang zijn”

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  16. “ Continuação do comentário anterior”


    “ é preciso provar”
    Que provas é que o CdR precisa?

    Mais chefes de policia a dizer que é preciso limpar o sebo ao Wilders?
    Mais cadeias de televisão a demonizar tudo que de perto ou de longe se assemelhe de critica à religião da paz?
    Mais programas de rádio a defender o lenço islâmico como símbolo de liberdade?
    Mais jornalistas despedidos por não combinarem com o perfil do jornal?
    Mais professores catedráticos acusados de fraude cientifica, para demonstrarem tolices multiculturalistas?
    Mais judeus agredidos ou mortos, à saída da sinagoga ou do museu?
    Mais aldrabice por omissão sobre a Europa e o euro?
    Mais manipulação com imagens?

    Não é que estes bacanos não possam, ou não tenham direito a dizer o que lhes vai na alma. Pelo contrario, podem e devem. Mas cabe ao jornalista ir mais longe, indagar porquê, confrontar, investigar, apresentar a outra face da medalha, ir ao fundo, sem isso não é jornalismo é propaganda.

    O perigo para a democracia não é a direita, nem a esquerda nem o islão nem a génération identitaire nem o socialismo nem a Europa. O maior inimigo da sociedade libré é a manipulação da informação.

    Espero, que esta longa lengalenga não lhe pareça muito subjectiva, apesar dos inevitáveis “apriorismos ideológicos”. Whatever that may mean! (Soa a verdades infalíveis.) mas terá de ficar para outra vez.

    PS. Aprecie hoje, a subtileza metafórica do seu jornal favorito. A entrevista com o Burgemeester van Aartsen.
    O esforço indomável do jornalista, para chegar ao “ cerne da questão ” . Expor e criticar a verdade dos factos.
    Grotesco!

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  17. Você disse há uns dias atrás:

    “Quando oiço bacanos como o Verhofstad, Van Baalen, ou Schultz a atacar o Putin, a desconfiança quadruplica.”

    Quando virei a frase ao contrário pensei que esta parte já estava arrumada, pelos vistos não! Mais uma tentativa: Esta frase é um erro de aritmética (tendo em conta que se trata de três membros do Parlamento Europeu, a desconfiança só pode triplicar), mas sobretudo de lógica! Como o Putin faz precisamente o mesmo, os ataques anulam-se mutuamente, por isso, não faz sentido passar tanto tempo à volta das suas desconfianças de estimação. Você confia no Putin e não nos três membros do P.E. ok.

    Mas isso não rima com a sua filipica contra a falta de liberdade, e de coragem, e de independência, e de ética, na imprensa ocidental, quando, como já disse anteriormente, a actuação na Ucrânia dos três membros do Parlamento Europeu foi (também) bastante criticada – por vezes mesmo ridicularizada – na televisão e jornais de qualidade ocidentais. Ao contrário de Putin, que, salvo raras excepções, tem a imprensa da terra dele debaixo da pata...

    Mas depois de ter ouvido os três membros do P.E. acima mencionados, você agora, não só ouve (em stereo!), como também vê o Obama “a dobrar a espinha, a implorar batatinhas ao Medvedev junto de fascistas em Kiev e até mesmo soletrar sem preâmbulos Fuck the EU com uma secretária de estado à mistura”! Sem compreender a relação entre todas essas coisas que você viu e ouviu, percebo que quer mais uma vez demonstrar a sua desconfiança, desta vez na administração de Obama. E eu pergunto-me, o que é que isto contribui para a minha felicidade? O que é que eu tenho a ver com o assunto?

    Você continua a não perceber que todos as redacções de todos os jornais do mundo estão absolutamente convencidas que são muito independentes, muito corajosas, têm muita ética profissional e só relatam a verdade dos factos. Só que, há sempre uns tipos chatos que não acreditam e (também) desconfiam que não será bem assim. Por esta razão é que existem jornais diferentes. Uns confiam no Telegraaf e outros no NRC. Tão simples como isso, embora esta possibilidade de escolha seja um luxo que só existe no mundo ocidental, de que faz parte a administração de Obama, mas não a administração de Putin.

    Além da subjectividade e do gosto pessoal na escolha de informação, não faz sentido enumerar à exaustão que o meu actual jornal é mesmo muito mau sem me apresentar uma alternativa plausível e aceitável. Se o fizesse, eu anularia imediatamente a minha assinatura e passaria a ler o tal jornal com todas essas qualidades que você menciona e exige. Mas desconfio que o dito cujo ainda não existe, por isso, nesta pobreza jornalística vou-me remediando com o pouco que há....

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  18. Caro CdR. Não entendo é a relação das suas respostas, com as duvidas que tentei ventilar.

    Eu penso que o rei vai nu. Você garante que não, que o manto só é perceptível para mentes eruditas. Um critério um bocado exclusivo, na minha opinião.

    Cada um remedeia-se como pode. I rest my case.

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  19. Estou consciente que a clareza e simplicidade que procuro dar às minhas respostas nem sempre são uma garantia de compreensão. Mas também nem sempre é minha culpa, sobretudo quando os outros adoram e demonstram uma nítida predileção por frases crípticas, formulações enigmáticas e metáforas em cima de metáforas que não facilitam a vida cá ao “je”.

    Tropeço nos exemplos! Mais um: Você pensa que o rei vai nu e pelos vistos eu garanto que não!!!

    Como posso garantir algo que nem sequer entendo? Diga-me pelo menos quem é o rei?

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  20. Não vale a pena Go-Dot.
    O Carmo, é da velha guarda, teimoso como um burro e analfabeto para o que não quer ler...por vezes chega a gritar que é cego...e que nunca viu nada que o levasse a crer o contrario.

    Volto-lhe a perguntar
    Então se eles t~em as caixas negras e tá tudo cheio de provas...mostrem-nas porra!!
    Não há nada....porque quem abateu o avião foram os próprios Ucranianos...só que fuderem-se, pensavam que chegavam lá e recolhiam as provas e faziam a história a sua maneira...outra vez, lixarem-se!!

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    1. Sou sim senhora da velha guarda: assino com o meu nome, não me escondo atrás de nomes artísticos que nem sei muito bem o que querem dizer, não insulto sem ser insultado e faço um esforço para escrever sem erros, sem armar aos cágados e de forma que toda a gente perceba...

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