09 junho 2015

A TURQUIA - a braços com a democracia



Uma excelente acção da Esquerda (curda). Nas últimas eleições turcas ganharam os votos necessários para evitar na assembleia (550 deputados) uma maioria absoluta do partido do grande paxá Recep Tayyp Erdogan, que já se preparava para seguir os passos do camarada Putin:
com a maioria absoluta poderia mudar a constituição para um regime presidencialista: trocado por miúdos quer isto dizer que Erdogan, tal como Putin, obteria plenos poderes e passaria a ter a faca (ler no sentido literal) e o queijo na mão...

Sabendo o que Erdogan pensa acerca de democracia, isto pode ser bastante chato para todos os turcos e curdos que discordem ligeiramente do seu partido. Também chato para os turcos é a actual baixa de 8% na bolsa e 5% do valor da moeda (Lira), e contra isto não adianta rezar cinco vezes por dia ou saber o Alcorão de cor.

E o que é que ele acha da democracia?


Erdogan acha que "democracia é apenas um comboio que apanhamos para chegar ao nosso destino. A soberania pertence a Alá, não ao povo". Ora bem, e a metáfora que resume isto perfeitamente e não deixa margem para especulação é esta: "Os minaretes são as nossas baionetas, as cúpulas [das mesquitas] os nossos capacetes, as mesquitas os nossos quartéis e os crentes os nossos soldados." Sobre a internet Erdogan é categórico: "twitter é um flagelo dos deuses e vou retirá-lo da Net quando me apetecer." Este flagelo no plural irrita-o, toda a vida ouviu dizer e farta-se de repetir que só há UM Deus! Outra coisa que parece irritá-lo, e neste caso podemos especular à vontade, é o Ocidente dizer que o Colombo descobriu a América, mas segundo ele "não foi o maricas do Colombo não, foram os muçulmanos 300 anos antes e encontraram uma mesquita num topo de uma montanha em Cuba" - bom, é o que faz ler só UM livro...

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