31 janeiro 2014

É da praxe.... mandar umas bocas!



Imagem retirada deste site, que contém informação histórica bastante interessante sobre este assunto.


Já o meu amigo Rui Mota fez aqui referência há dias como sendo uma “aberração”. Seis estudantes portugueses da Universidade Lusófona perderam a vida durante uma praxe estudantil.

Veja-se este texto significativo extraído de um artigo do Público sobre este assunto:


Infelizmente as praxes estudantis inserem-se numa ‘normalidade’ que se pode admirar no mundo inteiro.

Assim é que da mesma forma parece ser normal andar centenas de metros a estuporar os joelhos para pedir favores a uma virgem: em Fátima; mas também ser crucificado (com pregos e coroa de espinhos): nas Filipinas; ou apedrejar mulheres adúlteras: nas Arábias; ou enforcar homossexuais: no Irão; ou perseguir e matar albinos: em África; ou aparecer em reuniões secretas com um cretino avental de couro: em lojas maçónicas; ou passar o dia a atirar tomates uns aos outros: em Valência; ou organizar largadas de touros: em Pamplona ou nos Açores; ou desfiles militares (no quatorze juillet): em Paris….

Isto é apenas uma pequena amostra, porque a lista de casos psiquiátricos é infinda. E nela podemos perfeitamente incluir a praxe, onde recentemente seis estudantes portugueses da Universidade Lusófona perderam a vida na praia do Meco.

O raio das praxes estudantis têm como única finalidade exaltar o espírito (fascista) de grupo em detrimento da individualidade, ou seja, a imbecilidade no lugar da excelência, o espírito da hoste contra a originalidade. Que pena não aparecer um dia na Universidade um caloiro torto (mas original) pouco disposto a aturar a carneirada estudantil inclusiva que hoje em dia abunda nas nossas universidades, e, na eventualidade de o obrigarem a participar em alguma praxe, poderia ter a ideia salutar de varrer em poucos segundos com uma kalashnikov, sem olhar a raças, classes sociais ou sexo, a totalidade do Conselho Oficial da Praxe Académica da Lusófona…

Acabavam-se as praxes…. Que pena!

Não há crise, seriam imediatamente substituídas por actividades de gente que se quer civilizada, gente que à custa do dinheiro do contribuinte quer pertencer à elite. Proponho: comer leitão na Bairrada, serenatas em fado de Coimbra, fumar umas gansas, declamar os nossos melhores vates e orgias ao luar…

19 comentários:

  1. Estou totalmente de acordo com vocês. Acho, há muito tempo, que o caminho que as praxes estão a levar é uma verdadeira aberração. Mas... o que mais posso fazer além deste desabafo.
    Lutem e terão o meu apoio no vossa luta.
    Abraço.
    Judite Maia-Moura

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Com vocês!

      Judite, estou completamente sozinho coitadinho... Os de esquerda acham que sou de direita e os de direita vice-versa. Estou sempre a levar porrada dos dois lados, e isso porque evito as praxes, de outra forma ainda comia mais nos cornos.... Mas agradeço de todo o coração o seu apoio...

      Eliminar
  2. As praxes são uma maneira de submeter a carneirada às humilhações que se seguem, i.e. "bico calado e muito respeitinho"bem à maneira do antigamente. "Bico calado e muito respeitinho" nas bancadas parlamentares para onde estes cretinos vão depois de transitarem pelas jotinhas (está em grande explicada a falta de políticos com estofo neste país); 'bico calado' nas aulas (e em vez de se interessarem, participarem, questionarem, procurarem o conhecimento engolem a sebenta) e, sobretudo 'bico calado' nos empregos, nas repartições, etc porque com o desemprego e o novo código de trabalho, há sempre alguém que os possa substituir na hora. Aliás, não é por acaso que os casos de assédio sexual no trabalho estão a aumentar em Portugal, mas tudo caladinho.
    Estes fascitóides, fracos e cobardes, escudam-se em chamadas tradições para exercitarem desde já a sua fome de poder que, infelizmente não acompanha o intelecto. Vão lá chegar pelos contactos, pela sabujice, o vergar a espinha para os superiores na hierarquia (porque para o que eles consideram inferiores são umas verdadeiras Harpias). Mas quando chega a hora de arcar com responsabilidades pelos actos cometidos, não estão nem aí. Escarro-lhes em cima.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nunca estive tão de acordo com um alfacinha! Isto começa a ser preocupante.

      Eliminar
    2. Preocupante são os casos psiquiátricos que descreveste no post.
      O Alfacinha acertou na mouche.

      Eliminar
  3. Agradeço, compatriota. Tripeiro ou alfacinha, é preciso é usar o miolo. Exactamente uma das coisas que os poderes instalados e, os outros, tentam impedir a todo o custo. Já viram o perigo que é pensar pela própria cabecinha?

    ResponderEliminar
  4. Alfacinha,

    toda a gente pensa mais ou menos pela sua própria cabecinha. O problema é que há muita boa gente que até da própria cabecinha tem medo e...... evita pensar, acabando por usar a cabecinha só para pôr gel. O que equivale a usar a internet apenas para trocar anedotas (o que faz a grande maioria).

    De qualquer forma, a melhor atitude - penso eu de que - é curiosidade, tolerância e disposição para ouvir com atenção todo o tipo de opiniões antes de abrir a boca...

    PS Para quem acabou de beber VERDE TINTO (no centro de Amesterdão!!!), cerveja e a seguir genebra, não está nada mal.....

    ResponderEliminar
  5. Pois eu dispenso o vinho verde, mas ontem passei pela casa Bocage e comprei pastelinhos de nata. Aquecidos no forno e com canela e açúcar não estavam nada maus.
    A propósito, adoro a imagem que seleccionaste para o teu post. DEVO!

    ResponderEliminar
  6. Olá.
    Pelos vistos estamos só três, mas, pelo menos, estamos os três de acordo! Já é um bom começo.
    Vou ver se consigo trazer uma quarta, que se formou em Direito, e a primeira coisa que disse, quando entrou na Faculdade, foi que não alinhava nas praxes. E formou-se e foi a melhor aluna do curso.
    A propósito, não percebo o que é que a política tem a ver com as praxes? Será que já é também feita alguma segregação política quando entram para a Universidade...?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Judite, tem toda a razão, não há relação nenhuma entre praxes e política. As praxes têm origem em costumes ancestrais, em rituais de iniciação que ainda hoje se podem contemplar em sociedades primitivas. Mas esses ritos, de iniciação, tinham, na maioria dos casos, uma função lógica: através de duras provas preparar jovens para a futura vida como adultos.

      As praxes organizadas pelas nossas universidades são uma actividade mentecapta de sádicos arrebatados pela psicologia de grupo sem qualquer lógica nem função prática. O único objectivo é humilhar, vexar, amesquinhar o caloiro…

      Eliminar
  7. Eu acho que a segregação só é política na medida em que a segregação é económica. I.e. assiste-se actualmente a uma enorme redução de estudantes vindos das classes ditas remediadas (não há dinheiro para os estudos). Esta segregação económica tem de facto origem na política conduzida por este governo.
    De resto, lá está aquilo que disse antes de uma maneira porventura simplista, mas no fim se resume ao seguinte: quanto mais se usa a cabecinha para pensar, mais livre um indivíduo é, um perigo para a classe dirigente. Não importa se a classe dirigente é de esquerda ou de direita, o que interessa é que tal indivíduo é na generalidade considerado inconveniente ou até mesmo perigoso, o perigo está em poder abrir os olhos a muita gente e a carneirada começar a balir (mais uma vez simplista, mas claro). Além disso, existe outra ameaça social: pessoas que estudaram e concluiram cursos universitários disputam os mesmos lugares em igualdade com os filhinhos de (salvo seja, porque existem sempre as cunhas e os conhecimentos, não é verdade?) e ascendem socialmente, coisa que desagrada a muita gente nesta sociedade em que parece que há só umas trezentas famílias que mandam neste país e se casam entre si.
    Esta é a minha visão.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ” assiste-se actualmente a uma enorme redução de estudantes vindos das classes ditas remediadas”

      Alfacinha,

      E a redução é relativa ao ano anterior ou estamos a falar em décadas?

      É verdade que havendo segregação ela pode perfeitamente ter origem na política de este ou de aquele governo. Mas não creio que haja interesse do governo (seja ele qual for) em reduzir o número de estudantes de uma classe específica! Porque razão o faria? Só perderia com isso! Em regime democrático mesmo um Partido Monárquico tem que ter em conta, se quiser sobreviver, os interesses das classes não aristocráticas, que são de longe a maioria.

      O que pode acontecer é o Estado ter problemas financeiros – um estudante universitário custa muito dinheiro ao contribuinte – e tentar reduzir as inscrições, seleccionando só os melhores alunos. Não faço a mínima ideia se é esta a política em Portugal. Mas até seria bastante compreensível, tendo em conta a enorme quantidade de nabos com canudos que não sabem fazer a ponta de um corno, enquanto que há uma terrível falta de técnicos, de gente para fazer ou reparar todo o tipo de coisas.

      ”…uma maneira porventura simplista, mas no fim se resume ao seguinte: quanto mais se usa a cabecinha para pensar, mais livre um indivíduo é, um perigo para a classe dirigente.”

      Não há nada de simplista nesta afirmação! Quanto mais educado um povo é, mais difícil é de ser ludibriado pelas classes dirigentes. Basta dar uma vista de olhos no index (lista) da Transparancy International: os países menos corruptos são precisamente os que têm os mais altos níveis de escolarização. Por conseguinte isto faz com que haja uma opinião pública vigilante. Não há povos mais corruptos do que outros, o que há é povos em que as classes dirigentes são obrigadas a ter mais cuidado – já não se podem limitar a vender banha da cobra para todos os males. Seriam imediatamente ridicularizados…

      As cunhas e os privilégios de certas famílias estão directamente relacionados com a falta de espírito crítico, devido à falta de instrução e de informação (estes dois conceitos estão naturalmente interligados).

      Eliminar
  8. Pois os burros com canudo continuarão sempre: não é por acaso que as universidades privadas proliferam no país. Se o menino ou a menina não tem média para entrar numa pública, então abre-se os cordões à bolsa e está o caso resolvido, excepção feita à Católica que sempre foi uma universidade de referência. Eu estudei na Clássica (UL) depois de ter tido boa média nos exames do Propedêutico, sim, os exames que seleccionavam a entrada nas universidades públicas na segunda metade dos anos 70. Lá encontrei muitos estudantes como eu (a pagar) e bolseiros. Quem tinha boas notas e era de famílias com poucas posses tinha bolsa de estudo, não sendo nenhuma fartura, dava para estudar. Agora pelo que leio e li, uma das primeiras que o Nuno Crato fez foi retirar bolsas de estudos a alunos que até já as tinham ganho! Desperdício de capital humano e tragédias pessoais são as consequências. E os burros com dinheiro continuam a comprar o canudo.

    ResponderEliminar
  9. ”E os burros com dinheiro continuam a comprar o canudo.”

    Ora aqui temos um problema que se pode resolver no âmbito político:

    Promover rigorosas inspecções à qualidade dos canudos. (Mas eu sei muito bem que no nosso país até o rigor é de classe e que só serve para chatear o desgraçado que vende castanha-assada na praça).

    Fazer como na Holanda: os alunos brilhantes, mas de famílias de poucas posses, recebem uma bolsa do Estado que mais tarde, já com canudo, trabalho e a ganhar bem, terão que devolver. Uma medida deste tipo intimidaria os alunos menos motivados (que apenas querem um título ou um trabalho limpinho), mas não os alunos brilhantes e motivados.

    Acabar com os ricos ou com os exames não me parece uma boa solução.

    Uma boa medida seria por exemplo incentivar os estudantes a modificar a actual temática idiota das praxes universitárias para assuntos do interesse geral. Obrigar os caloiros a declamar na Assembleia Nacional (em estilo vendedor de lotaria) os chorudos salários dos governantes e directores de bancos e empresas estatais; ou vender o último livro do José Luís Peixoto, sobre a Coreia do Norte, na Festa do Avante; ou participar em reuniões maçónicas com um avental de cozinha e armado de colher de pau declamando receitas da Maria de Lurdes Modesto...

    As possibilidades são infindas, o que é preciso é imaginação...

    ResponderEliminar
  10. Meu caro amigo, é preciso continuar a postar.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  11. Off topic!!!
    Estamos em época de eleições.
    Reparou nesta estreia?

    Euromania
    https://www.youtube.com/watch?v=hkCe43V3XFc

    ResponderEliminar
  12. Então amigo? Fechou a loja?
    Ou algum problema?
    Um abraço

    ResponderEliminar
  13. Não fechei a loja, mas houve realmente um problema: o falecimento de um grande amigo que originou este interregno, esta falta de vontade... Mas penso brevemente voltar à carga...

    Um abraço

    ResponderEliminar