04 agosto 2015

VOLKSWAGEN tem mais que fazer do que AGIR




Enquanto parte do mundo corta cabeças, queima bandeiras americanas, cola bigodes hitlerianos na Merkel, reza, protesta, manifesta e canta a Grândola Vila Morena, a Volkswagen tem mais que fazer e ultrapassou este ano pela primeira vez a Toyota como o maior vendedor de carros do mundo.

De Janeiro até Junho de este ano a Toyota vendeu 5,02 milhões de veículos, mas a Volkswagen atingiu 5,04 milhões de veículos vendidos no mesmo período. Mas não é certo que a Volkswagen consiga manter esta posição. Tudo depende da actual periclitante situação económica na China. Onde a VW tem uma grande implantação, mas onde também, pela primeira vez, os chineses compraram menos carros (de todas as marcas) do que no ano anterior. Rússia e América do Sul são outras partes do mundo onde a venda de automóveis baixou.

E não é que o excelente resultado da Volkswagen, contra todas as expectativas,  se deve PRECISAMENTE ao aumento das vendas na Europa Ocidental.! Isto contraria um bocadinho a profunda análise de Joana Amaral Dias, ex-deputada do Bloco de Esquerda e agora fundadora do partido AGIR. Dizia a senhora há dias numa entrevista na OJE Digital que "Tudo piorou desde 2003 (...), fiquei mais pessimista e ainda mais crítica desta onda neoliberal que tem destruído a Europa."

Das três sete!

Ou destruíram tudo menos as auto-estradas e as representações da Volkswagen espalhadas por essa Europa fora, ou então a Volkswagen já fabrica carros com sensores que evitam nas calmas os escombros, ou a dona Joana Amaral Dias tem uma ideia muito sua do que é a Europa ocidental, que geograficamente não deve corresponder com os mapas actualizados da Google Maps.

8 comentários:

  1. O crescimento de vendas de carros alemães na Europa Ocidental, não surpreende, sabendo que a economia chinesa (a principal importadora destes carros) está em queda desde há meses a esta parte. Basta referir que a economia chinesa caíu de 10% para 7,5%, em apenas dois anos...O que a Joana Amaral Dias (JAD) diz na entrevista, é facilmente comprovável, não só a nível nacional, como a nível internacional. De facto, a situação entre 2003 e 2015 é completamente diferente. Basta lembrar, a crise do "subprime" em 2007 (Lehman Brothers) nos EUA, que causou a maior recessão na economia ocidental desde 1929 e afectou todo o sistema bancário europeu nos anos subsequentes. Ainda hoje, a economia europeia, está a recuperar dessa hetacombe. Em Portugal, os efeitos foram devastadores: O "deficit" chegou aos 10% do PIB e a dívida pública, em 2010, chegou aos 97% do PIB! Com a intervenção exterior e o programa de ajustamento imposto pela Troika, em 2011, as condições não melhoraram (como era previsível), mas pioraram drasticamente. É isso que a JAD diz: foram retirados 3.6 mil milhões de euros ao Trabalho e dados 2,6 mil milhões ao Capital. Ou seja, o dinheiro deixou de ser aplicado na produção e passou a ser investido na especulação. Já agora, acrescento mais dois dados, que não estão na entrevista: A dívida pública aumentou, desde 2011, de 97% para 130% do PIB (já é impagável, neste momento) e, só em juros, Portugal tem de pagar, 9000milhões de euros em 2015 e 6.000milhões de euros em 2016. Ou seja, o correspondente ao Orçamento de Estado para a Saúde (9.000milhões) e ao Orçamento de Estado para a Educação (6.000milhões). Isto, enquanto foram nacionalizados 3 bancos, dos quais, só o BPN, custou aos contribuintes portugueses 7.000milhões (está na entrevista). Por outras palavras: salvaram-se os bancos e empobreceram-se os portugueses. E tu, todo ufano, falas da WW! Quando não se têm argumentos, só se repetem banalidades. A ignorância é tramada...

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  2. Veja aqui, estatísticas interessantes que mostram que desde o inicio de crise as vendas de Rolls Royce, Bentley e Ferrari ficaram constante ou (fortemente) cresceram (Rolls Royce: 76 em 2003, 623 em 2014!) enquanto as vendas de por exemplo Ford, Opel e Peugeot diminuíram. As vendas de VW na Europe ficaram constantes, quer dizer, absolutamente. As 1.604.470 unidades que vendeu em 2005 significou 9,94% do mercado enquanto as 1.606.145 unidades que vendeu em 2014 ja eram equivalente a 12,41% do mercado....
    (http://left-lane.com/european-car-sales-data/)

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  3. Rui Mota,

    Repetir constantemente e sem humor a mesma cassete é chato. Desprezar a lógica é preocupante. Escrever por outras palavras o que está escrito no post para no final concluir que são banalidades, é absurdo!

    "O crescimento de vendas de carros alemães na Europa Ocidental, não surpreende, sabendo que a economia chinesa (...) está em queda..."

    Não se trata de carros alemães, mas especificamente da Volkswagen. E neste caso é importante precisar, porque realmente SURPREENDE sim senhor - não à bruxa que está nos segredos dos deuses, claro, mas aos próprios construtores! Porque é a primeira vez que a VW é o maior vendedor de carros do mundo. O que também surpreende - mas é só a mim! - é a tua falta de lógica, porque é perfeitamente possível vender (num período determinado) menos VW's na Europa e também menos na China, ou vice-versa!?

    "Basta referir que a economia chinesa caiu de 10% para 7,5%..."

    Basta referir? Mas eu já tinha referido, dizendo "não é certo que a Volkswagen consiga manter esta posição. Tudo depende da actual PERICLITANTE SITUAÇÃO ECONÓMICA na China" Isto é suficiente, acrescentar dois algarismos, que estão escarrapachados em todo o tipo de imprensa, é uma redundância saloia 'pour epater le bourgeois'.

    O que a Joana disse na entrevista está no post - e também no link para comprovar que não inventei -, resumindo que ficou pessimista por a onda neoliberal ter destruído a Europa! Teria sido talvez mais inteligente ela precisar que parte da Europa está realmente destruída: Albânia, Moldávia? Mas como explicar que num período em que a VW vende menos carros na China, Rússia e América do Sul, é precisamente na destruída Europa que os seus são vendidos como pães quentes?

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  4. Hans van Wetering, no sábado vais te ver à rasca para chegares ao Bosque de Amesterdão com o teu Ferrari, com as estradas assim todas destruídas! Eh pá, tu é que sabes, mas se fosse ti levava o Fiat Panda do teu jardineiro, sempre corres menos risco...

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    1. Tres gentil. Sabes muito bem que o meu bólido comprado ha pouco tempo, embora vermelho, nem é um Ferrari, nem um Fiat, mas sim uma Bavariana impecável chamada Acima. By the way, como ja escrevi (veja a link), as vendas de VW na Europa nos últimos deze anos nao cresceram; ficaram constante (foram as vendas de outras marcas que diminuíram). Nota de rodapé: Bentley hoje em dia é Bavariana também, propriedade de... VW.

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    2. O que é uma Bavariana Acima? (Baviera!)
      Hoje em dia, quando as vendas de seja o que for ficam constantes, isso é visto como uma grande vitória...
      A Bentley! e se não me engano também a Rolls é agora propriedade da Bayrische Motor Werke...

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  5. A tua obsessão "anti-comunista primária", só te permite ver o que queres. O que está a ser destruído é o projecto da Europa Comunitária, onde não têm lugar países como a Albânia ou a Moldávia...Fala na Grécia, em Portugal, em Espanha, na Itália, na Irlanda, ou na própria França, países onde o tecido laboral foi drasticamente reduzido (mais de 30 milhões de desempregados só na UE!) e onde a concentração de capital nas mãos de uma pequena percentagem da população aumentou...também em Portugal, a venda de automóveis disparou no primeiro semestre deste ano. So What? a maior parte dos carros vendidos foram de gama-alta (Bentley's, BMW, Mercedes, etc...). Mas, os mais ricos, sempre tiveram dinheiro para comprar carros. Qual é a supresa? É a história do meio-frango: a média é meio-frango por cabeça, mas algumas pessoas comem o frango inteiro e outras não comem frango nenhum. Porque é que tu, em vez de vires com estatísticas da WW (quero que a WW se foda!) não mostras números de pobreza na UE? Quantos mais pobres há, ou mais desempregados, ou mais sem-abrigo, ou menos apoios sociais, ou menos programas de saúde ou de educação, na UE? Isso é que era... Mas, como só estás interessado em dizer mal da "esquerda" (vá lá saber-se porquê...), vens com números da WW... No fundo, o teu problema não é a WW, mas a JAD. Mas, não era necessário a JAD dizer o que disse, para eu saber estas coisas. Toda a gente o diz e pessoas mais bem qualificadas que ela: o Krugman, o Siglitz, o Piketty, o de Brauwer, o Ferreira do Amaral, o Louçã, o Paes Mamede, etc...etc... Não percebes que o crescimento económico não é exponencial e que a "sociedade de consumo" não resolve os problemas da sociedade (economia real)? Ou julgas que é por terem mais carros que as pessoas são mais felizes? És mesmo tanso, pá. Um saloio deslumbrado. No fundo, nunca saíste de Gaia...

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  6. Lá está a lógica a pregar-te partidas. Claro que a minha obsessão só me permite ver o que quero! Porque quem decide sobre as minhas obsessões não é a minha vizinha, sou eu! Sobre as tuas espero que sejas tu a decidir e não o comité central do partido - just kidding...

    Sabemos que a Europa tem pobres e problemas que cheguem sim senhor, mas não está destruída. É preciso medir as palavras e ter o sentido da realidade! É evidente que há uma certa esquerda (e agora também a direita, mas por razões diferentes) que toma os seus desejos por realidade: a Europa já está toda destruída e chegou o momento de tomarem o poder e instaurar a ditadura do proletariado!

    E contra esta gente tenho cá uma obsessão do camandro, porque sei que não se trata da ditadura DO proletariado, como apregoam, mas sim de uma ordinária ditadura SOBRE o proletariado em que a malta vai ganhar muito menos e trabalhar muito mais, e quem levantar cabelo vai parar ao Gulag. Depois o Rui Mota e a Joana Amaral Dias, tal e qual como o José Saramago, não vão mexer uma palha por estes desgraçados, não por má vontade, mas porque estão ocupados com os americanos e o aquecimento do planeta.

    Não são estatísticas, trata-se simplesmente da quantidade de Volkswagens vendidos. E quantos mais carros se venderem (ou caiaques do Nelo, ou vinho tinto, ou cortiça) menos pobres, menos desempregados, menos sem-abrigo, mais apoios sociais, mais programas de saúde e de educação na União Europeia. Ou julgas que o dinheiro para alimentar todas estas coisas cai do céu? O problema é que agora, que (dizes) já não ser marxista, acreditas mesmo que o dinheiro cai do céu, aos trambolhões.

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