Morreu talvez o melhor filho de África e um dos maiores estadistas da história da humanidade. E em que consiste a sua grandeza?
Não propriamente no combate ao Apartheid, porque isso era óbvio e de
uma maneira ou de outra muitos outros o fizeram (tanto brancos como negros).
Mas sim nos dois exemplos que deu após a sua libertação: a imediata
reconciliação com o inimigo e mais tarde, ter passado o poder VOLUNTARIAMENTE
aos mais novos.
Duas atitudes nunca vistas em África e em
muitas outras partes do mundo. Pena que o homem não pode realmente D.E.P.
(descansar em paz), porque os seus sucessores não estão ao mesmo nível. Nem
sequer aos calcanhares lhe chegam, nem sequer tiveram a decência para esperar
pela morte do homem antes de começar o gamanço generalizado do Estado e a
exibir a prepotência típica de políticos de pacotilha.
Tendo em conta o exemplo que o Nelson Mandela
libertado deu ao mundo como figura política, fiquei surpreendido (mas não sei
bem porquê!) ao receber de Portugal uma petição para assinar. Dizia esta:
O iniciador nem sequer percebe,
tal é a cegueira ideológica, que esta iniciativa está em completa contradição
com o espírito reconciliador de Nelson Mandela e toca de aproveitar o defunto
para demonstrar a mesquinhez politiqueira que predomina no nosso país para lançar
uma petição contra a presença do Presidente da Republica no funeral. Não é o
meu presidente favorito, mas isso não está em questão neste preciso momento:
foi escolhido democraticamente pelo seu povo em eleições perfeitamente livres e
vai representar o seu país entre centenas de ditadores convidados, que ele, por
muito que se esforce, nunca irá conseguir igualar em corrupção e maldade…
Acho muitíssimo bem este comentário.
ResponderEliminarClaro - é a recorrente emocionalização das coisas (consciente ou não).
ResponderEliminarEu iria mais longe e aceitaria o facto, mesmo que o PR português não fosse eleito democràticamente. Porque, de facto, o que caracteriza um estado independente são os 3 elementos: território, população e poder soberano.
Logo, tratando-se de um funeral de estado é natural que os outros estados enviem o mais alto representante dos órgãos de soberania (presidente, rei, príncipe, sultão, xeique, etc...)
Precisamente Zé Manuel.
ResponderEliminarTeria sido impossível a África do Sul arranjar um critério, mesmo que quizesse, para selecionar os representantes dos países à entrada, na fronteira.