14 dezembro 2012

Enfermeiras espanholas no Limburgo



(Paul van der Steen no NRC)

Segundo números da Eurostat (Gabinete de Estatística da União Europeia) partiram actualmente da Grécia, Espanha e Portugal, pela primeira vez desde os anos 90, mais gente do que entrou.





Ainda há bem pouco tempo a Espanha era um importante país de imigração: vinha gente da América do Sul e do Norte de África, mas também da Europa do Leste. Mas os estrangeiros já começaram a virar as costas a Espanha e, tal como os espanhóis, a procurar vida noutras paragens. Em 2011 abalaram 62.000 espanhóis do seu país. Isto lembra a corrente de trabalhadores emigrantes que nos anos 60/70 do século passado emigraram para o Norte da Europa.

Nesta conjuntura, o hospital de Maastricht convidou nove jovens enfermeiras espanholas para virem trabalhar para o sul da Holanda. A aventura das espanholas começou nas montanhas da Áustria: quatro semanas de cursos intensivos de língua e cultura holandesa. No sossego e isolamento das montanhas do Tirol, as espanholas aprenderam umas noções rudimentares da língua holandesa. Mas quando chegou o momento de iniciarem o trabalho no hospital, tiveram uma enorme decepção: em vez de holandês, a maioria das colegas holandesas falava entre elas o dialecto do Limburgo! As pobres espanholas, que julgavam já falar um pouco holandês, não percebiam nada do que as colegas diziam...

As enfermeiras espanholas, todas elas com um curso académico, dizem haver claramente diferenças entre uma sala de operações em Espanha e na Holanda. “Em Espanha um anestesista ocupa-se de tudo, cá tem um assistente. Em Espanha durante uma operação a hierarquia é respeitada, na Holanda a forma de comunicar é mais directa e aberta, todos têm uma opinião e manifestam-na. Tratamos o médico por tu e pelo nome próprio.”

“Tivemos também que nos habituar à maneira de leccionar. Exigem-nos constantemente feedback e reflexão: qual é a tua impressão da lição? Em Espanha isso não é hábito.” Fora dos muros do hospital são também confrontadas com diferenças culturais. “Os holandeses fecham-se demasiado na sua vidinha. É muito difícil penetrar num círculo de amigos. Encontros ou visitas, só com marcação prévia. Até para abrir uma conta de banco! Pero que carajo - quiero ser cliente…”




1 comentário:

  1. Mesmo que elas possam eventualmente trazerem consigo, uma pontinha da febre Espanhola....não importa! EU QUERO SER TRATADO POR ELAS!!.

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