Um colunista do influente blog holandês DDS que assina com trias politica, lembrou há dois dias os nove anos da morte de
Theo van Gogh.
Trias politica:
Fez anteontem nove anos que Theo van Gogh foi
assassinado em Amesterdão. Chacinado por Mohammed Bouyeri, um muçulmano de
origem marroquina com nacionalidade dupla. Mohammed Bouyeri afirmou ter
cometido este acto por convicção religiosa.
Só soube do assassinato um dia depois, num
hotel em Antuérpia. Na altura não seguia de perto as notícias ou a política,
quanto mais o Islão. Apenas trabalhava forte e feio na finança. É verdade que a
visão de Pim Fortuyn me impressionou bastante, mas não alterou a minha atitude.
O assassinato de Theo van Gogh mudou tudo.
Porque não só foi cometido um atentado contra um homem livre, como também
contra o que há de mais valioso na nossa civilização: a liberdade de expressão.
Na terça-feira dia 2 de Novembro de 2004 a Holanda perdeu a sua inocência.
Creio que pouca gente está consciente da
importância da liberdade de expressão. Theo van Gogh formulava este sentimento
desta maneira:
“A censura é um pântano que devora as mentes
livres. A única coisa que nos protege da selva fascista da lei do mais forte, é
a liberdade de podermos dizer aquilo que pensamos.”
Theo van Gogh era conhecido pelas suas
controversas afirmações. Não perdoava ninguém: nem políticos, nem Casa Real,
nem si próprio, nem o Islão. O último foi-lhe fatal.
Na realidade os detalhes do assassinato são
horríveis de mencionar, mas vou fazê-lo, só para testemunhar com que tipo de
loucura e fanatismo religioso estamos confrontados.
Mohammed Bouyeri, que seguia Van Gogh de
bicicleta quando este se dirigia, igualmente de bicicleta, para o seu trabalho
depois de ter levado o filho à escola, sacou de uma pistola e começou a
disparar. Van Gogh foi atingido - assim como dois passantes -, caiu abaixo da
bicicleta e atravessou a rua cambaleando até se estatelar na ciclovia do
outro lado da avenida. Mohammed Bouyeri passou para o outro lado e disparou
calmamente mais uns tiros em cima do prostrado Van Gogh, que ao todo foi
atingido por oito balas. Depois sacou de uma faca de talho e cortou o pescoço
do cineasta que seguidamente espetou no peito de Van Gogh até à coluna
vertebral. Com uma faca mais pequena ainda cravou no corpo já sem vida de Van
Gogh uma carta com ameaças de morte dirigidas a Ayaan Hirsi Ali (parlamentária de
origem somali que escreveu o guião para o filme Submission, que Van Gogh
dirigiu).
Segundo testemunhas presentes, Mohammed
Bouyeri fez no local declarações que dão uma ideia clara dos seus motivos.
Durante o crime Mohammed Bouyeri dirigiu-se a um presente desta forma:
Bouyeri: “Estás a olhar?”
Presente: “eh pá, não podes fazer isso.”
Bouyeri: “Posso pois, ele estava a pedi-las.”
Presente: “Não pode ser, tu não podes fazer
isso.”
Bouyeri: “Posso posso e vocês ficam também já
a saber o que vos espera."
Depois deste diálogo dirigiu-se
para um parque perto do local do crime onde esperava transformar-se num mártir
em combate com a polícia, mas em vez disso levou apenas um tiro numa perna e
vai passar o resto da vida numa cela de prisão a sonhar com as 72 virgens.
É verdade. Em Amesterdão poucos se recordaram.
ResponderEliminarContando com o fotografo 19 pessoas.
http://imm.io/1jP0K
Mais uns anitos de intolerância e chatices importadas vai certamente avivar a memória e reforçar a recordação. O meu receio é que então vão pagar justos e pecadores....
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