“Quando a alma
não é pequena...” é possível encontrar uma relação entre a faixa de Gaza, o
Caminho Marítimo para a Índia, a Restauração da Independência e castanha
assada.
Um amigo de Gaia
enviou-me uma observação assaz pertinente vinda do filho de um amigo comum
sobre a omissão, no meu ‘post’ anterior, da origen do Estado de Israel. Mas ao abordar (também) esta questão, que é mais uma das variantes sobre
este tema, iria aumentar consideravelmente o número de palavras. Coisa que
tento evitar na internet, onde o lema é ‘less is more’.
E olhem que não
foi fácil, a certa altura dei comigo a divagar sobre a descoberta do CAMINHO
marítimo para a Índia! Porque reparei, de repente, que foi provavelmente a
ocupação turca do sul do Mediterrâneo que deu origem aos portugueses
'descobrirem', no século XV, o GRANDE DESVIO marítimo para a Índia…. Acho que
fiz bem em retirar estes e outros ‘desvios’ e focar-me só na faixa de Gaza, que
já é suficientemente complexa.
A formação do
Estado de Israel e suas implicações fica anotado para breve, já que se trata do
filho de um amigo que tanto me fez rir no dia da Restauração da Independência,
e a quem estou eternamente agradecido, porque a ele devo o meu espírito pouco
propenso a nacionalismos acríticos e bacocos…
1 de Dezembro de
± 1962
Para festejar o
dia da Restauração da Independência, o temível Miranda (instrutor da Legião
Portuguesa da região de Gaia) lembrou-se nesse ano de reunir de manhã bastante
cedo e com um frio de rachar os ‘voluntários’ da Mocidade Portuguesa das
escolas primárias de Vila Nova de Gaia. Seguidamente, a rapaziada foi obrigada
a esquecer patrioticamente o frio e, “cantando e rindo…”, teve mesmo que marchar
em calções e de mangas arregaçadas da Câmara de Gaia até ao centro do Porto
(creio praça de Carlos Alberto!?) onde, juntamente com outras escolas da
região, teve lugar um encontro da Mocidade Portuguesa.
Depois de horas a
ouvir discursos patrióticos, mas chatos e sem imaginação, ainda por cima em
sentido, em calções e de mangas arregaçadas, e apesar do Luís aliviar bastante
este suplício com uma incompreensível boa disposição troçando de tudo e de todos, pondo seriamente
em causa a solenidade do momento, eu esperava impaciente pelas duas palavras
mágicas que o Miranda a certo momento deveria berrar, como era seu costume:
DESCANSAR; DESTROÇAR…. e que dariam direito à mocidade para abandonar
imediatamente as fileiras e comprar castanha assada. Nunca castanhas assadas me
souberam tão bem…
Naquele primeiro
de Dezembro o Luís confortou-me o espírito e ajudou-me a esquecer o frio, mas
as castanhas aqueceram-me as entranhas. E desta forma, a Restauração da
Independência Nacional ficou para mim, a partir desse dia, eternamente ligada
ao Luís e a castanha assada.
Estás cheio de sorte! É que eu passei pelo mesmo só que, sem o Luís e sem castanhas: não havia graveto!...
ResponderEliminarO Luis não me pediu dinheiro pela sua actuação, e eu j á não me lembro se lhe ofereci castanhas!
ResponderEliminarO que nos vale é que não há mal que dure cem anos nem corpo que o aguente!
ResponderEliminarAgora a mocidade portuguesa está quase toda emigrada e não está toda porque muitos sabem que no estrangeiro não há castanha assada!
Como nos maus velhos tempos de resto!
Condor, tenho por hábito - uma questão de ética 'internetal' - sempre responder a quem se deu ao trabalho de escrever um comentário. No seu caso, também gostaria, mas o seu texto é demasiado críptico para o meu entendimento!
ResponderEliminarSeria capaz de traduzir o seu comentário em miúdos, ou estou a pedir muito?