28 agosto 2015

TECNOLOGIA AMERICANA



No Domingo passado um dos meus capangas do squash, um americano de Nova Iorque, senta-se connosco à mesa depois do jogo e do banho e, sem dizer água vai, 'amanda' a bojarda "Lá tivemos que ser nós outra vez a salvar-vos!"



Toda a gente percebeu que se referia aos três jovens soldados americanos que no comboio Thalys, no trajecto Amesterdão-Paris, arriscaram a vida para evitar um atentado terrorista. Sem a corajosa intervenção destes jovens de férias pela Europa, teria provavelmente acontecido outra chacina como em Junho na Tunísia, na estância balnear de Sousse.

O presidente francês François Hollande, que está muito mal nas sondagens, desta vez lá teve que espetar na lapela a mais alta condecoração francesa (Légion d'Honneur) nos três americanos que desarmaram o terrorista e de um britânico que gentilmente cedeu a sua gravata para imobilizar o jihadista. Mas mesmo quando salvam vidas, o ódio idiota e primário contra tudo que leva carimbo made in USA não esmorece entre os que julgam que ser anti-americano é ser de esquerda, e ser de esquerda é ser automaticamente bom...

É incrível, mas até mesmo a tecnologia é posta em causa.

Um exemplar de gente infinitamente boa começou ontem no Facebook por me dizer que "...o head design da Apple é o inglês Sir Jonathan Paul Ive", acrescentando logo a seguir umas alarvidades muito mais giras: "...para falar de tec(h)nologia americana então teríamos de falar de tec(h)nologia Cherokee, Apache, etc."; "Pois toda a tec(h)nologia é importada, e incluindo o nome Amerigo. E muita dessa tec(h)nologia, de entre outras, tem inclusivamente raízes nazis."

Outro comentador aproveita o momento para demonstrar que também tem umas ideias peculiares sobre tecnologia americana afirmando no mesmo mural, "por falar em tecnologia americana.....sabes que as grandes mentes atrás do desenvolvimento tecnológico nos EUA são emigrantes do Paquistão, China, Brasilo, Portugueses também. A percentagem de americanos é 5%. Só investem em $$$$." Não aproveitei o momento para responder que os paquistaneses ainda não sabem instalar esgotos nem cagadeiras que funcionem!

O primeiro volta à carga "... se formos a fazer um track & trace chegamos à mesma conclusão da não existente tecnologia [desta vez sem agá] americana."

Não há nada a fazer! Esta malta nem sequer se dá conta que neste momento está a usar três tipos de tecnologia americana - internet, computador, Facebook - para vomitar o seu ócio visceral em plena liberdade e de graça - graças aos americanos! Na realidade os americanos são demasiado tolerantes, a estes gajos eu cortava-lhes o endereço IP e agora que comuniquem entre eles com tambores ou com sinais de fumo...

6 comentários:

  1. É incrivel o anti-americanismo de certas pessoas, principalmente canhotos mas na hora do aperto só os ouço perguntar: então, os americanos não fazem nada? Enfim...

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    1. É isso mesmo Luis, o americano é preso por ter cão e preso por não ter... Mas todos usam i-phone e i-mac... Vá lá a gente entender esta malta?

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  2. Não sou anti-americano, pois tenho verdadeiros amigos americanos
    Sou contra as decisões politicas dos americanos.
    Olha Carmo pergunta ao teu amigo quem foi que apresentou ao Mundo provas falsas de depossitos com armas nucleares que não existiam como desculpa para invadir o Iraque.
    Se tal nã acontecesse talvez os vossos herois não tivessem de ir para o Afeganistão. Quem foi que recrutou, treinou e investiu no Bin Laden.
    Seria uma boa pergunta para fazer ao teu amigo americano durante uma pauza do vosso squash.
    Foram eles os causadores desta merda toda.
    Já para não falar daquela experiência que correu mal em Africa e que deu origem à SIDA.

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  3. Eu também não sou anti-americano, como leste, tenho um verdadeiro amigo americano, e como é judeu (David Rothschild), conta por DOIS amigos verdadeiros.

    José Melo, vou perguntar, mas olha, tem que ser num dia em que o David esteja presente e o curdo não jogue connosco. Se não o gajo manda-se ao ar e atira-me à cara que isso são perguntas de rabetas ocidentais de esquerda sem tomates, porque ele está muito contente com a invasão do Iraque. Estava farto do Saddam e em 1988 perdeu vários familiares em Halabia, num genocídio com armas químicas (não nucleares como tu dizes) onde morreram 5000 curdos de uma vez, e ele, como todos os curdos do Iraque, de cada vez que vê o David exclama 'thank you mister Bush'.

    Também vou perguntar sobre o Bin Laden, mas já sei qual é a resposta dele. Ninguém recrutou, treinou e investiu no Bin Laden, houve apenas um acordo tácito entre os americanos e os mujahedin afegãos que na altura combatiam os russos. Ora, tal como fazem os russos (e toda a gente), os americanos usaram na altura a táctica de inimigo do meu inimigo é meu amigo. Business as usual.

    Mas sobre a SIDA tens toda a razão e nem é preciso perguntar nada, nisto foram mesmo os americanos. Aliás, assim como o ataque às Torres Gémeas, onde os judeus foram alertados e não foram trabalhar no dia 11 de Setembro. Mas não leves a mal eu não perguntar ao David, lembra-te que ele é judeu e é capaz de levar a mal e não querer jogar mais comigo squash...

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  4. O legado de uma geração. 40 anos a martelar anti-americanismo tinha de deixar mossa. Resultado, a busca incansável destes génios para desmontar a estrutura oculta da maldade americana (capitalismo).

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  5. Go_dot, genial, tudo resumido em duas linhas.

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