Michel
Houellebecq - no seu mais recente romance de ficção política, SOUMISSION, escrito
em Dezembro de 2014 mas publicado no dia 7 de Janeiro de 2015, dia do atentado
terrorista à redacção de Charlie Hebdo - descreve a chegada ao poder em 2022, em
França, de um presidente de confissão muçulmana.
As atribulações sociais e políticas antes das
eleições presidenciais francesas de 2022 dão origem a que Mohammed Ben Abbes,
um muçulmano moderado, seja nomeado Presidente da República graças ao apoio dos
partidos políticos tradicionais (UMP-UDI-PS), que na segunda volta se associam
a um novo partido político, A Fraternidade Muçulmana, contra o Front National
de Marine Le Pen.
Este câmbio
político oferece a Michel Houellebecq a possibilidade, através da vida de um
professor de literatura da faculdade de letras da Sorbonne, de extrapolar sobre
o que vai acontecer em França depois destas eleições presidenciais.
Numa boa a Sorbonne e
outras universidades são privatizadas e islamizadas, os professores, para
poderem ensinar, terão que se converter ao islão, a poligamia é legalizada e as
mulheres são aconselhadas a vestir-se de forma "non-désirable".
Várias figuras políticas reais são mencionadas no
romance, tais como François Hollande e Manuel Valls, respectivamente presidente
e primeiro-ministro até 2022, Marine Le Pen é candidata à segunda volta das
presidenciais de 2022 e François Bayrou é nomeado Primeiro-Ministro pelo novo Presidente
da República, Mohammed Ben Abbes.
Sem comentários:
Enviar um comentário