Para os
republicanos da vila de Bastrop (Texas) estas pesquisas preliminares da Super-terça-feira
são encaradas como uma verdadeira eleição! A participação aumentou de 50% em
relação às preliminares anteriores.
George Holley, instrutor
de tiro e fanático de armas, diz ao correspondente do jornal holandês NRC que
"está em jogo o futuro do partido Republicano. Nós éramos um partido de
princípios, mas tornámo-nos no partido do Trump. E este milionário é um
cripto-democrata", acrescenta George Holley.
"Não confio
neste tipo. Ele é a favor dos direitos dos homossexuais. É um progressista
extremista disfarçado de republicano. Só apoiando o Ted Cruz em massa é que
poderíamos parar o homem."
O Texas é a base
do senador conservador Ted Cruz e o baluarte do Partido Republicano. Cruz tem
forçosamente que ganhar no Texas para evitar uma retirada da sua candidatura.
Conseguiu, sobretudo em Bastrop: o senador ganhou 44% dos votos, Trump teve
27%.
A profundamente
conservadora vila de Bastrop é representativa para os eleitores que apoiam Ted
Cruz. Os habitantes acreditam piamente no direito de porte de armas de fogo, e
têm um ódio visceral ao governo. O ano passado Bastrop ficou em alvoroço,
correu um rumor de que o presidente Barack Obama preparava uma invasão.
Tratava-se apenas de um exercício militar!
George Holley dá
treino de tiro aos seus concidadãos para se defenderem contra o tirânico
governo. No Texas profundo dá-se muita importância à pureza ideológica, tal
como Ted Cruz. Em Bastrop os habitantes
desconfiam de Trump porque ele representa normas e valores de Nova
Iorque, como o direito dos homossexuais.
Para os
Republicanos há vários cenários possíveis. O primeiro, o mais provável, é um
pesadelo para os texanos: Trump continua a ganhar, o topo do partido desiste da
sua aversão e o apoio é unânime, e Trump ganha a nomeação do Partido com 1.237
delegados no Outono. Já há sinais que a elite do Partido se conformou com a
nomeação de Trump.
Um segundo
cenário é muito difícil, mas é ainda possível: ganha um outro candidato. E no
topo do partido só Marco Rúbio é visto como um consistente adversário de
Hillary Clinton. Ganhou ultimamente o seu primeiro Estado, em Minnesota, mas
tem poucos delegados.
Ted Cruz
demonstrou ser o candidato mais relevante, com uma forte implantação no sul do
país. Mas Cruz é um intriguista nato e é ainda mais odiado do que Trump pela
elite em Washington. E o facto de haver ainda cinco candidatos que se
canibalisam entre eles não ajuda à missa. Há cada vez mais republicanos que não
se sentem bem no seu partido e têm tendência para formar um novo movimento
conservador. Acerca disto disse Trump há dias: "Só os falhados seguem essa
via. Vejam o que já consegui até agora. Eu uno as pessoas. Em mim votam tanto
democratas como independentes."
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