04 março 2016

TRUMP, o esquerdista



Para os republicanos da vila de Bastrop (Texas) estas pesquisas preliminares da Super-terça-feira são encaradas como uma verdadeira eleição! A participação aumentou de 50% em relação às preliminares anteriores.



George Holley, instrutor de tiro e fanático de armas, diz ao correspondente do jornal holandês NRC que "está em jogo o futuro do partido Republicano. Nós éramos um partido de princípios, mas tornámo-nos no partido do Trump. E este milionário é um cripto-democrata", acrescenta George Holley.

"Não confio neste tipo. Ele é a favor dos direitos dos homossexuais. É um progressista extremista disfarçado de republicano. Só apoiando o Ted Cruz em massa é que poderíamos parar o homem."

O Texas é a base do senador conservador Ted Cruz e o baluarte do Partido Republicano. Cruz tem forçosamente que ganhar no Texas para evitar uma retirada da sua candidatura. Conseguiu, sobretudo em Bastrop: o senador ganhou 44% dos votos, Trump teve 27%.

A profundamente conservadora vila de Bastrop é representativa para os eleitores que apoiam Ted Cruz. Os habitantes acreditam piamente no direito de porte de armas de fogo, e têm um ódio visceral ao governo. O ano passado Bastrop ficou em alvoroço, correu um rumor de que o presidente Barack Obama preparava uma invasão. Tratava-se apenas de um exercício militar!

George Holley dá treino de tiro aos seus concidadãos para se defenderem contra o tirânico governo. No Texas profundo dá-se muita importância à pureza ideológica, tal como Ted Cruz. Em Bastrop os habitantes  desconfiam de Trump porque ele representa normas e valores de Nova Iorque, como o direito dos homossexuais.

Para os Republicanos há vários cenários possíveis. O primeiro, o mais provável, é um pesadelo para os texanos: Trump continua a ganhar, o topo do partido desiste da sua aversão e o apoio é unânime, e Trump ganha a nomeação do Partido com 1.237 delegados no Outono. Já há sinais que a elite do Partido se conformou com a nomeação de Trump.

Um segundo cenário é muito difícil, mas é ainda possível: ganha um outro candidato. E no topo do partido só Marco Rúbio é visto como um consistente adversário de Hillary Clinton. Ganhou ultimamente o seu primeiro Estado, em Minnesota, mas tem poucos delegados.


Ted Cruz demonstrou ser o candidato mais relevante, com uma forte implantação no sul do país. Mas Cruz é um intriguista nato e é ainda mais odiado do que Trump pela elite em Washington. E o facto de haver ainda cinco candidatos que se canibalisam entre eles não ajuda à missa. Há cada vez mais republicanos que não se sentem bem no seu partido e têm tendência para formar um novo movimento conservador. Acerca disto disse Trump há dias: "Só os falhados seguem essa via. Vejam o que já consegui até agora. Eu uno as pessoas. Em mim votam tanto democratas como independentes."

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