09 março 2017

WILDERS



VISÃO de 2 de Março: "Como é que um obscuro funcionário da segurança social se converte no mais conhecido e influente político da Holanda?"



Infelizmente a Visão não responde à pergunta retórica da introdução do seu artigo durante o resto do texto e perde-se em meias-verdades e psicologia da batata! Mas para quem não conhece em detalhe a situação na Holanda nos últimos anos, a única resposta possível e lógica para um hipotético sucesso eleitoral de Geert Wilders é esta:

Se os muçulmanos residentes na Holanda se comportassem como por exemplo os residentes portugueses, chineses, espanhóis, vietnamitas ou húngaros, Wilders seria ainda um pacato membro do parlamento holandês pelo partido liberal, não seria protegido 24 horas por dia e continuaria a ser completamente desconhecido no estrangeiro...

Wilders apenas criou um partido, mas o movimento, ao contrário do que escreve a Visão, já existia. Wilders não é o precursor e isto é importante para perceber o actual sucesso de Wilders. Pim Fortuijn, também com um partido feito à pressa, também com base na crítica ao Islão como cultura atrasada e ao multiculturalismo desenfreado, ganhou as eleições na Holanda no dia 15 de Maio de 2002 com 1.358.942 votos, e isso apesar de ter sido assassinado nove dias antes por um militante de esquerda... 

A Visão descreve (e neste caso bate tudo certo!) o sucesso de Wilders como sendo "um resultado espantoso se tivermos em conta que este é um partido quase sem aparelho, sem quadros dirigentes e onde o número de funcionários a tempo inteiro não chega sequer à meia centena."

Imaginem agora que Wilders tivesse um partido com quadros decentes e, como a Visão gostaria, fosse um tipo simpático, não fosse um terrível provocador e um rebelde com cabeleira oxigenada! Nesse caso a Holanda correria o risco de Wilders obter a maioria absoluta com uma perna às costas e governar sem oposição, coisa que não seria do agrado de todos os adeptos do MOVIMENTO...

Sem Wilders e sem os seus atributos, mas com precisamente o mesmo tipo de problemas, verificamos o mesmo sucesso eleitoral em França com movimentos como o Front National de Marine Le Pen e na Alemanha com o recente partido Alternative für Deutschland.


Note-se que fora os problemas relacionados com o Islão, actualmente tudo corre às mil maravilhas na Holanda. Por exemplo, indicadores económicos mundiais como Global Competitiveness Index, colocam o país em quinto lugar, e no  Hapiness Ranking (indicador de felicidade) os holandeses estão em sétimo lugar. Digo isto para evitar que os comentadores adeptos do marxismo não comecem a inventar graves problemas económicos, greves, fome e guetos que não existem, como única explicação para todos os problemas do mundo e para o sucesso de Wilders.

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