Benito Mussolini: Rui
Mota, ma che cazzo volette? io sono il unico e vero fascista…
Que uma pessoa na tasca, durante discussões
sobre futebol, chame FAXISTA ao bacano do outro clube ou ao tipo que
estacionou o carro à frente da nossa garagem, compreende-se, mas não devemos
promover.
Mas um sociólogo não pode - ou pelo menos não
devia - usar a designação FAXISTA à toa, no sentido popularucho de uma coisa
muito má… Porque nesse caso há uma porrada de regimes que se enquadram
perfeitamente na designação de COISA-MUITO-MÁ mas que cientificamente nada têm
a ver com fascismo… Muitos deles até foram (ou ainda são) muito mais maus que
o regime de Salazar.
Inflacionar o fascismo
O fascismo tem uma conotação bem específica em
ciências sociais e em sentido estrito só come ‘spaghetti’ e é puramente
italiano. Não cabendo nesta designação o nacional-socialismo de Hitler, que,
apesar de socialista, como Mussolini, tinha outras características. É claro que
há sempre características parecidas entre regimes diferentes ou ligeiramente
parecidos, mas é absurdo medir pela mesma bitola Sócrates e Fidel Castro, só
porque ambos têm por hábito cantar a (mesma) Internacional em dias festivos.
Salazar, assim como Khomeini, também achava que não se devia discutir Deus e a
sua virtude, mas nunca decretou uma ‘fatwa’ por causa disso. O cardeal
Cerejeira não deixava…
Franco EL Generalissimo Católico
O exemplo espanhol é bastante elucidativo:
Franco podia ser mau como as cobras mas não era fascista. Nem socialista, nem
sindicalista. Era católico. Fascista era o seu rival no campo nacionalista,
José António Primo de Rivera, terceiro Marquês de Estella e líder da Falange
Espanhola. Mas antes tinha sido vice-presidente do partido do pai: Unión
Monárquica Nacional. Um movimento que apoiava a monarquia. Mas o impetuoso José
António, achava a monarquia uma pincelada e serviu-se do partido apenas para
ventilar as suas concepções revolucionárias: uma mistura explosiva de
monarquismo paterno, socialismo, fascismo e ideias tradicionais.
El Fascismóóó, es una cosa buenaaaaaaaaááá...
Em 1931 mandou a UMN dar uma curva - demasiado
conservadora - e em 1933 foi durante algum tempo redactor do jornal EL
FASCISMO, para logo a seguir criar o Movimiento Español Sindicalista, que
depois mudou de nome e passou a ser a Falange Española. Uma organização pró
fascista, com ideias sobre justiça social, socialismo e a defesa de valores
tradicionais espanhóis.
Franco não ia lá muito à bola do
José António, que era mais bonito, mais alto, mais inteligente, mais fino
(tomou chá de pequenino), não tão católico e muitíssimo melhor orador. Dizem as
más línguas que os republicanos fizeram o favor a Franco de mandar fuzilar o
José António em 1936, no início da Guerra-civil, quando este se encontrava preso em
Alicante.
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