Desejo a toda a gente que durante o ano de 2013 leu algo no Bocas do Norte e naturalmente aos que também se deram à pachorra de comentar:
UM EXCELENTE NATAL E UM NOVO ANO PRÓSPERO. SE NÃO FOR PRÓSPERO, PELOS MENOS QUE HAJA SAÚDE...
Não é importante se estavam ou não de acordo com o conteúdo, porque nesta época do ano somos todos filhos de Deus. No resto do ano depende: uns são filhos da santa, outros filhos da outra... De qualquer forma não percam a oportunidade para ver o excelente e curto vídeo do Rowan Atkinson porque, humor, apesar de não resolver a crise, torna as pessoas mais saudáveis, segundo as últimas revelações científicas...
Finalmente, nunca mais passarei por o
maluquinho da aldeia junto de amigos e conhecidos em conversa sobre este tema.
O jornal de qualidade da Holanda, NRC, publicou há dias um artigo com o mesmo
título que eu utilizei para este artigo.
Ao Carlos Paz (ex CEO da Groundforce), que
acerca de uma entrevista dada pelo economista João César das Neves à TSF o
manda à merda numa ‘carta-aberta a um mentecapto’ que foi publicada no Notícias
Online. E ao Carlos A. Augusto, que aproveitou a boleia para postar aqui a tal
carta-aberta do outro Carlos sem um link para a entrevista, mas com um NEM MAIS
como aprovação e título.
Recebi de uma amiga através e-mail, vindo de
uma amiga da amiga, uma frase para ver imperativamente, dizendo que “o nosso
problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido às ordens de líderes e
milhões têm morrido por causa dessa obediência.”
Toda a gente conhece a triste história da
escravatura praticada pelo ocidente (portugueses, espanhóis, holandeses,
ingleses) e abolida no século dezanove. Mas a Oriente a escravatura ainda não foi
abolida, continua a ser praticada, e é tema tabu.
Já vai sendo costume nos últimos anos a festa
da São Nicolau (espécie de Pai Natal) ser precedida por uma polémica
que ocupa a imprensa holandesa durante este mês para imediatamente se dissipar
no mês seguinte.
Go_dot, um dos mais assíduos comentaristas
deste blog, inspirado em vários comentários aos três últimos posts escreveu um
curto ensaio sobre a engraçada relação que existe entre ideias e moeda.
Ebru Umar, a jornalista que esteve na origem
dos dois 'posts' anteriores, pode ser agora contemplada ao vivo, em vídeo,
durante um programa de entrevistas da Tv holandesa, mas com legendas em
português.
Foto: manifestação em
Haia em 1999 pela libertação de Ocalan. O cartaz diz:
Ser mulher
Ser livre
de preferência
num Curdistão livre!
Ebru Umar no NRC em Agosto de 2013:
Por causa de um artigo no jornal diário Metro
recebi 2000 Twitters. Não só fui insultada e ameaçada, como também aprendi que
há n maneiras de desejar a morte a alguém.
Ebru Umar, uma jornalista holandesa filha de
pais turcos, tem na Holanda uma coluna semanal no jornal diário Metro [também
existe em Portugal]. Desta vez, encontrando-se a passar férias no seu país de
origem, escreveu um artigo com base numa troca de mensagens com a sua mãe na
Holanda.
Um amigo, um outro, em resposta ao meu último post sobre a evolução
na relação homem-mulher, disse-me por mail que sobre este
tema "não é possível dizer algo de sensato". Apoiava a sua argumentação numa
engraçada citação de Freud que eu desconhecia e que traduzi (muito) livremente:
Apesar de eu já andar há 30 anos ocupado a
pesquisar a alma feminina, a grande questão que continua sem resposta é esta:
mas afinal o que é que a mulher quer?
Há dias um amigo publicou um artigo engraçado
sobre as vantagens, segundo ele, de “tratar as mulheres com educação,
sensibilidade e cortesia". Não tenho nada em contra, mas o engraçado consiste
no facto das premissas, a base factual em que o artigo se baseia, terem sido,
paradoxalmente, sem romantismos, por ele despidas à força, viradas de cu para o
ar e violadas à má fila… Todas elas, não escapou nenhuma!
Sem pestanejar e com a coragem que lhe é
peculiar, Paulo Morais, o vice-presidente da organização Transparência e
Integridade, diz que está farto de ouvir duas mentiras repetidas
sistematicamente: Os portugueses andaram a gastar acima das suas
possibilidades. Não há alternativa a esta austeridade.
Em certos círculos nacionais já há felizmente
gente que percebeu o que é preciso fazer para tentar sair da crise – e não é
certamente passar a vida a cantar a Grândola Vila Morena ou a colar bigodes e
cruzes gamadas nas fotos da senhora Merkel, nem tão pouco facilitar empreitadas
faraónicas sem grande utilidade pública.
Segundo o Expresso, um fabricante de armas e munições americano, sedeado
no estado do Idaho, anunciou há dias um novo produto: balas cobertas com carne
de porco, "ideais para aterrorizar muçulmanos".
No Islão não existem preconceitos: ELAS SÃO TODAS IGUAIS...
A mais pequena crítica à religião muçulmana impele
o esquerdista ocidental – passando por cima do sofrimento dos dissidentes - a
estabelecer imediatamente uma comparação com os anos negros da Religião
Católica numa clara tentativa de minimizar, ver mesmo perdoar, os actuais
crimes do Islão! Ao mesmo tempo o crítico é frequentemente acusado de
generalizar ou de agitar preconceitos racistas - mesmo quando não fala em raças!!!
Faleceu na segunda-feira passada com 68 anos
de idade Saskia Holleman, o modelo que serviu de imagem para o cartaz político
mais famoso da Holanda, e que para a minha geração era o símbolo por excelência
dos anos 70.
No seguimento do assassinato do militar inglês Lee Rigby, em Londres, e de uma nova tentativa em França, também contra um militar, aqui têm uma curta conferência de Pat Condell que, entre outras coisas, nos diz que: “Há muçulmanos moderados e pacíficos, mas a religião deles nada tem de moderado ou pacífico, e eles sabem isso muito bem…”
Como toda a gente certamente já notou, a religião da paz
tem estado bastante activa nos últimos dias, e todas as razões são boas para
incendiar e cortar cabeças.
Em relação às comemorações do dia 25 de Abril, acho por bem fazer uma diferença entre o essencial e o supérfluo: o acento tónico deveria ser a LIBERDADE adquirida, o que já não é nada
mau, o resto é folclore… Da mesma maneira que o dia de Santo António NÃO
celebra a sardinha. Faz-se é uma FESTA à volta do santo padroeiro da capital, e
é costume os habitantes comerem sardinha assada e beberem uns canecos… O que
também não é nada mau.
No seguimento da
affaire Cahuzac, o ministro francês com contas secretas na
Suíça, François Hollande (Presidente da República Francesa), aplica à pressa
medidas de transparência, mas vê-se agora repentinamente rodeado de ministros
milionários! Ele próprio declarou possuir bens no valor de 1,2 milhões de
euros. Mas a malta de direita que não pense que o Sarkozy é mais pobrezinho…
Jovens de uma tribo de
guerreiras altas, loiras e aleijadinhas de boas (a da esquerda parece ser a
actual chanceler alemã). As más línguas dizem que querem dominar o mundo, assim
mesmo, com as armas que Deus Nosso Senhor lhes deu…
Que os gregos ultimamente não variam bem da
cachimónia e dizem n’importe quoi é humanamente
compreensível tendo em conta o estado em que o país se encontra – apesar da
paciência e das enormes injecções de euros da União Europeia.
Enviei em Janeiro a um amigo brasileiro um pedido
de publicação no Bocas do Norte de uma carta-aberta que ele escreveu a todos os
seus amigos(as) do Facebook dizendo que se ia retirar. Seguidamente isto deu origem a uma troca de mails entre nós sobre diferenças
linguísticas, onde ele no fim, por sua vez, me pede para a publicar: “coloca
essa nossa conversa no seu blogger que já está de bom tamanho e é interessante
e engraçada.”
Em Novembro de
2008 José Eduardo Agualusa faz de conta que é Machado de Assis e diz sobre o A.O. que
”há muito acerto nas queixas de Vasco Graça Moura. O que o perde é o tom
– esse clamor apocalíptico, e um indisfarçável rancor em relação ao
Brasil.”
Catarina da Gama Cunha escreveu aqui um
engraçadíssimo ‘cris de coeur’ contra o recente acordo ortográfico e também
contra o facto da revista VISÃO anunciar orgulhosamente aos seus leitores que "doravante a revista passaria a ser impressa respeitando o acordo". Conclui dizendo que os
promotores do acordo ortográfico “é tudo bicha, irmão”, mas por outras
palavras…
Margareth Thatcher, além de ser
indiscutivelmente o terceiro maior estadista do mundo ocidental - a seguir a
José Sócrates e Miguel Relvas respectivamente -, era dotada de um fino e
incomparável humor. Coisa que os outros dois políticos carecem bastante…
Ontem, dia 8 de Maio, vinha um artigo sobre
Portugal no jornal NRC (página 10) do correspondente para Portugal e Espanha
Merijn de Waal. O título era PORTUGAL RECEIA QUE A FOME VOLTE ÀS SALAS DE AULA
. Falava apenas do esforço das escolas para dar de comer às crianças. No
entanto, nos jornais e blogosfera portuguesa, as discussões continuam a ser monopolizadas pela dicotomia
esquerda vs direita. Como se fosse este realmente o problema!!!
Recebi através de mail de uma amiga que vive
em Portugal um link com uma canção de Jorge Palma. Dizia a minha amiga ‘não
resisti a partilhar esta música do "meu" Jorge Palma. Sim, também fui
à manif no dia 2 de Março.’
Uma amiga do Porto enviou-me estas deliciosas
fotografias da Chanceler Alemã (Angela Merkel) e da Presidente da Argentina
(Cristina Kirchner). Rematava o envio com esta frase: “E depois continuem a
dizer que a Sra. Merkel é que é culpada!”. Eu acrescentaria, para combater a
pobreza isto é bem mais eficaz do que cantar a Grândola ou berrar “que se lixe a
Troika”…
A acompanhar as fotografias vinha um texto em
espanhol, provavelmente de origem argentino!
Berlusconi, assim como a esquerda portuguesa, acha que a crise económica italiana é culpa da Merkel. Derk Jan Eppink, um jornalista holandês e membro do parlamento europeu, diz-nos que os italianos já estão quase ao nível dos gregos na aversão aos alemães, e Berlusconi aposta forte neste sentimento enquanto que Mário Monti transmite a imagem de um vassalo de Merkel.
Os comentadores do norte da Europa acham que depois das últimas eleições a
Itália ficou dividida entre dois palhaços! A mim
parece-me que os dois são complementares. O sucesso de Grillo deve-se, ou
melhor, é o resultado da forma como Berlusconi e quejandos, com a aprovação de
milhões de italianos, encaram a política e gerem os assuntos do Estado.
A primeira imagem trata-se da fotografia que ganhou o World Press Photo de 2013. Foi feita pelo sueco Paul Hansen na cidade de Gaza e mostra um grupo de homens dirigindo-se à mesquita para o funeral de duas crianças que, segundo o texto anexo, foram atingidas por mísseis israelitas.
Eu costumo dizer que UMA fotografia vale por mil palavras. Neste caso abro uma excepção e juntei outra fotografia, também de Gaza, porque acredito que neste caso são necessárias DUAS para valer as tais mil palavras. Até porque a criança da segunda fotografia pode muito bem ser uma das vítimas que fazem parte da fotografia premiada….
Segundo peritos franceses de arte o pintor realista Gustave Courbet cortou a cabeça à sua famosa pintura de 1866, L’origine du monde. A pintura, em que se vê um torso de mulher nua, teve inicialmente uma cabeça que um coleccionador anónimo comprou há três anos num antiquário por 1400 euros. A Wikipédia portuguesa refere ainda que “a pintura foi feita a pedido do diplomata turco otomano Khalil-Bey, que solicitou ao pintor uma imagem que retratasse o nu feminino na sua forma mais crua, por ser coleccionador de imagens eróticas.”
Porque razão censurei a pintura?
Para demonstrar o que vai acontecer à fotografia no meu jornal (NRC), quando o correspondente holandês do mesmo receber um exemplar em Teerão. Num delicioso artigo de Setembro de 2012, Thomas Erdbrink, aborda este assunto: a censura de jornais e revistas pelo regime da República Islâmica do Irão:
Quando Steven Demetre Georgiou começou a cantar em público, no princípio dos anos 70, achou que o seu nome de nascença não era lá muito design e trocou de nome: Cat Stevens ficou a ser o nome pelo qual a minha geração o conhecia. Mas em 1976 um acontecimento na sua vida vai outra vez obrigar esta alma ultra sensível a mudar de nome!
Pintura de Fernando Cabeça: é um artista português que vive em Amesterdão e não usa pasta medicinal Couto mas sim tinto, de preferência alentejano. Técnica: acrílico sobre papel de aguarela.
Como toda a gente já sabe, a rainha Beatriz
da Holanda abdicou do trono e passou a fasquia ao seu filho, Guilherme
Alexandre. Fez ela muito bem, já tinha 75 anos e para cortar fitas e
representações comerciais o filho, se acompanhado da simpatiquíssima e
aleijadinha de boa Máxima Zorreguieta, dá conta do recado. Traduzi para o
efeito os comentários da blogosfera holandesa que achei mais engraçados:
Thijs Zonneveld, o
autor do texto a seguir sobre Lance Armstrong, é um jovem de 32 anos que foi
ciclista profissional entre 1998 e 2007. É doutorado em direito e é o iniciador
de um projecto para a construção de uma montanha na Holanda - leram bem: uma
MONTANHA. Mas como escreve muito melhor do que pedala, é ultimamente
jornalista.
André Silva, meu colega tradutor e intérprete de português na Holanda e baiano de gema, acha que Facebook ‘é coisa di bicha’. E nisso deu-lhe inteiramente razão. Acabou por enjoar a sua participação no FB e escreveu uma carta sincera e engraçada a todos os seus contactos participando a sua retirada. Diz que vai procurar outra coisa, "algo novo e mais interessante (…) ler jornais on-line". Espero que ele agora tenha um pouco mais de tempo para mandar umas bocas com sabor tropical no Bocas do Norte.
Pelos vistos alguém decidiu fazer aquilo que venho advogando há vários anos... Claro que as consequências vão ser as mesmas de sempre, ou seja, nenhumas; mas isso num país governado por bandidos não é de estranhar...
Mas eu acho que a formulação do meu amigo, apesar de atolado até ao pescoço no país (ou talvez por isso mesmo!), é exagerada e não corresponde à realidade. Portugal não é um país governado por bandidos. Para isso era preciso que Portugal fosse um país de bandidos.